Fim de tarde
A tristeza passeia-se
pelo fim de tarde.
Domingo, sempre
[entalado]
entre suas fráguas,
as margens do medo,
apertam
estas mãos sempre vazias,
logros duma esperança,
mártir,
sacrificada no frágil altar
duma certa bonomia.
O sol foi embora,
a lua tarda,
a mágoa instila-se,
paredes de mim,
sabes?
O tempo gastou-se,
rio medíocre,
banhando as mágoas do medo,
no vazio de uma semi-esfera,
desabitada de gente,
os seus moradores
sentimentos apodrecidos,
e,
enquanto a tristeza se passeia,
ladeiam-na
as distrofias,
tristes,
cíclicas,
de braço dado
com as fráguas
que acima citei
e que amarinham
pelas paredes,
aranhas de Inverno…
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Etiquetas: Cirilo e Metódio, cores, o poeta