quarta-feira, 3 de maio de 2023
Ksexta-feira, 16 de dezembro de 2022
KPegasus
Eram os bastidores,
as asas fixas ao solo, vendas grisalhas, na sedução dos ares... Por que não estreitaste o focinho céus acima?
Onde deixaste o enamoramento?
O amor pelo elemento gasoso?
Pela antiga janela por onde espreitam
coisas antigas, velhas e antiquadas,
janela empoeirada longe da vacuidade
dos tempos,
das fraquezas,
da altivez de quem acha que comanda,
de quem pensa que está aos comandos
de algo,
mas de que coisa?
Ah! Esse focinho céus acima!
45o, ou mais, de ataque,
o gosto de ganhar
a Deus, o Seu espaço, o Seu domínio,
guerrilha vectorial, triplo componente.
A altitude é tua amiga,
números embriagantes,
o azul abraça-te,
o lá embaixo diminui
assim, velozmente,
violentamente,
varado num assombro
másculo, mas silente.
do lado de fora:
MIKOYAN GUREVITCH MIG-31
--
Sent from my Freewrite
December 16th, 2022 Page 1 of 1
Etiquetas: a fuga e a partilha, abris, ainda voamos?, apenas, Bojador/Mensagem? Busca
segunda-feira, 7 de novembro de 2022
KCapital
my footsteps orange coloured
are where somebody meets"
Divisei-te num texto, em que te pressenti por entre as copas dos sintagmas, era um texto em língua inglesa, restos de sonetos de amor, entrevi algumas páginas de "Romeo and Juliet", o amor e a paixão, levam consigo tudo o que sentires, verdadeira enxurrada que deixa para trás limpo tudo aquilo que imaginavas.
Sim, o amor e a paixão, limpam os teus sentimentos, deixam-te à mercê dos elementos que, às vezes, trazem em si apenas restos daquilo que nem conheces que, talvez, nem quisesses nunca saber, estar perto do teu pensamento ou devaneio. Isso era a tua voz, o teu intento, talvez lá longe se perfilassem restos de gelo descontinuados por acordes harmoniosos.
Acima de tudo, vivias numa capital inútil, o teu amor gatinhava em restos duma cidade talvez esquecida de si própria. Jardins cuidados, muitas esplanadas bem arborizadas, parques para crianças. No entanto, praticamente faltavam as estruturas centrais dignas duma capital. Um idoso, habitante de jardim e cartas, comentara comigo em voz de alguma conspiração: jardins e crianças não fazem esta capital dum império.
Capitas imperialis… onde andava o imperador? Alguém sabia o seu nome, a sua aparência, onde se sentava no seu trono imperial? Faraó, César, Czar, Imperator, Rex, os súbditos tinham que saber da sua majestade, tinham de saber a quem cultuar.
Temos de saber a quem amamos, temos de saber quem nos governa; quem nos governa o coração, quem manda em nós.
No meu coração mandamos os dois.
Neste império, como uma velha, decrépita e a fluir por si abaixo, nada se mantém, e as apostas, ensurdecedoras, buscam o final de Capitas Imperialis… há tanto tempo que busco esse término e ele teima, teima muito em não vir.
Sento-me e espero:
- por ti no meu colo
- pelo apocalipse imperial
Sent from my Freewrite
November 7th, 2022 Page 1 of 1
Etiquetas: a alma, apenas, divertimento
domingo, 22 de julho de 2018
Kjusteza
a noite irá despojar-se,
lenta,
em luxúria plena,
em vasos comunicantes
de coisa alguma.
Um dia,
haverá tempo
para que a Lua
aqueça a noite,
a vigia será curta
e o anoitecer abençoará
os desfalcados da vida.
Uma noite,
o troar das luzes
trará os relâmpagos
que amanhecem o vento
que a tua aurora gera,
em giros de sol
e pós de estrelas.
("Acautela os teus caminhos,
até os teus trilhos, mas não deixes
de olhar para os céus: as estrelas
ainda irão suspirar pela tua alma."
Fala de Alfeu para o seu mestre)
(imagem: foto do autor,
obtida com telemóvel-Marvila
num fim de ano)
Etiquetas: a alma, a fuga e a partilha, apenas, brisa
quinta-feira, 8 de março de 2018
Kpintura
Etiquetas: apenas, Chopin, entropia, esfregar as mãos/companhia
terça-feira, 16 de janeiro de 2018
Kamarar
Barco louco,
por que me buscas
e me trazes tua ferrugem,
talvez ouro
outrora?
Agora, apenas
um rasto de águas,
das viagens de que fugiste,
para te vires acoitar
nestas margens doces
de um mero sonho
tão esquecido,
tão suavemente obliterado.
(fonte da imagem:
https://www.pinterest.co.uk/pin/283375001533997348/)
Etiquetas: a fuga e a partilha, apenas, caminhos do vento
domingo, 9 de abril de 2017
Ka negro
Timbrei o meu escrito:
os verbos,
os sujeitos
(tantos esses),
os complementos
(que, na sua limpidez,
na precisão do seu eixo
nada apontavam).
As palavras - tantas vezes -
cansam,
enredam-se na boca,
na ponta dos dedos;
nem mostram a humildade
de um poente
caindo sobre si,
cisne morrendo-se.
Entretanto,
tenho de escrever,
escrever muito,
escrever de cor,
escrever até
a dor derrotar os sentidos.
Que ofício este!
Ser e não ter,
ter e não ser...
(...)
e as palavras sem dono,
sem mestre,
vogando,
vogando sempre.
(fonte da imagem:
http://eresaw.deviantart.com/art/The-dying-swan-272293091)
Etiquetas: a fuga e a partilha, apenas
quinta-feira, 15 de dezembro de 2016
Kbiblos
Quando for grande
quero ser repositor
numa biblioteca infinita,
a espiar e a ler,
Etiquetas: a fuga e a partilha, apenas
sexta-feira, 26 de agosto de 2016
Kcor
obtida com telemóvel)
Etiquetas: Afectos longínquos, apenas, cores
terça-feira, 2 de agosto de 2016
Knoite
(poema dito na Rádio Sim, cortesia de Margarida Fonseca Santos: http://radiosim.sapo.pt/Detalhe.aspx?fid=1374&did=42396&FolderID=1271)
Etiquetas: apenas, caminhos do vento
segunda-feira, 9 de maio de 2016
Kquando
incertos
se tornarem estridentes,
quando o sorriso
vivaz
se tornar lerdo,
quando os meus olhos
despidos de ti
se tornarem centelha,
então saberei que o meu tempo,
que a minha fome de silêncio,
terão sentido na madrugada
que se alastra até pelo horizonte fora.
Diz-me quando for a hora,
desperta-me
do terror hirto,
da chama já mortiça,
e deixa-me caminhar,
caminhar muito,
até ao fim do exílio simétrico,
que impus à minha alma.
(imagem do autor obtida
com telemóvel)
Etiquetas: a alma, a fuga e a partilha, apenas
sexta-feira, 25 de março de 2016
Kadormecer
("Guarda-te,
sê puro;
quando a depressão chegar,
não a abraces,
não a expulses;
ela acabará por fugir,
ante a tua autenticidade.
Entretanto,
vive,
não existas!"
Fala de Platão a Élido,
discípulo dilecto)
(fonte da imagem: n/a)
Etiquetas: apenas
sexta-feira, 13 de novembro de 2015
Kderama
Etiquetas: apenas, escrever a vida
domingo, 8 de novembro de 2015
Kpartida
Etiquetas: a fuga e a partilha, apenas
quarta-feira, 30 de setembro de 2015
Kverdana
As palavras já não têm álibi,
já não são belas,
já nada designam
a não ser o escuro
da sua ocultação.
Nada as justifica,
nada as perdoa,
nada!
a não ser
o seu ajuntamento
a que chamam texto.
As palavras já não se guardam,
já não nomeiam o presente
em textos diários
de pequeno-almoço.
já não guardam o prazer
indizível da leitura,
no conforto das luzes baixas.
Hoje,
são apenas
rutilâncias paralelas,
amontoados de letras,
escritos que vendem
tudo o que quiseres,
sobretudo o silêncio
da parede
cujo imperativo é escutá-lo.
As palavras não têm álibi,
conversam no escuro
da sua ocultação,
trânsito de Vénus,
semi-eclipse de ideias
esbatendo-se
na modorrice dos dias.
("Guarda a tua boca das palavras insensatas.
É nos teus lábios que se encontra a vida e
a morte. Sê sábio, se não puderes elogiar,
cala-te!" Fala de Jesus, dito o Cristo, ao seu
discípulo amado)
(fonte da imagem:
foto do autor obtida com telemóvel
em Santa Marta-Lisboa, algures
em 2013)
Etiquetas: apenas
terça-feira, 17 de março de 2015
KÀs minhas mãos
(também publicado no blogue 77 palavras
Margarida Fonseca Santos)
Etiquetas: Afectos longínquos, apenas
sábado, 24 de maio de 2014
KAgora
nasceu o Sol,
já as nuvens
se esfarriparam para algures,
e o vento,
(ah o vento!)
esse foi-se esmorecendo
pelos caminhos do sul.
Agora,
é o tempo das colheitas,
do trigo 'prenho',
da claridade
e do assalto da alegria.
Agora,
é o tempo das redes luzentes,
faiscantes de vida
e de esperança.
Agora,
é o meu tempo
e o tempo desta terra
em que nasci,
pai-mãe dos meus sonhos
e chão-minha-Pátria,
e terra a que chamo Nação!
(Foto do autor obtida com telemóvel:
Berlenga Grande, Verão 2011)
N.A. - "Agora" é também o tempo do texto tosco, previsível
Etiquetas: apenas
"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."
-
Naguib Mahfouz, romancista egípcio, na mensagem que enviou, em 1988, à Academia Real Sueca a agradecer o Prémio Nobel da Literatura, o único a ser atribuído até à data, a um escritor árabe
(cit. em "Dicionário do Islão", Margarida Lopes, ed. Notícias)