sábado, 2 de setembro de 2023

K

Serpes

 

Viver cansa,
Aborrece,
Satura.
Respirar
Nada traz
De novo,
Muito menos
O ar.
Abraça a víbora
E aguarda
A sua
Verticalidade,
E é nessa
Horizontalidade
Em que te ficarás,
Um afastamento
Em chocalho,
E tu já foste
Num riso
Que de acordado
Já nada tem.

Publicado originalmente na
minha página do Instagram
(www.Instagram.com)

(Foto do autor)

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domingo, 9 de julho de 2023

K

Kyno











Ter o cabelo azul

E os olhos louros;

Viver numa

paisagem de Mishima;


Ter a Morte 

no estábulo 

para saber sempre dela;

Ser, assim, figurante

num filme menor.

Astro em ascensão.



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domingo, 2 de abril de 2023

K

Solstício em Março… em Setembro.









I


Os amores

Enlaçam-se

Beijam-se,

Sugam-se,

Voracidade

Canibal,

A fúria da

Faca aguçada,

Empernam em

Bailado emplumado,

Velhos dossiês

Capas rasgadas

Arquivos de amores falsos

Longos como

Sebes saltando

Como mulheres sadias e, afinal,

Tanto Amor

Enlaçado,

Voraz,

No entanto,

Todos distantes

Pelos restos do

Solstício…..


(Foto do autor)

(Texto publicado originalmente, com alterações, na minha página de Instagram)

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domingo, 5 de março de 2023

K

Bússola

 







Calcorreavam os caminhos;

vinham dos moinhos altos,
detrás dos velhos choupos,
das urzes, de arbustos,
das acelgas miúdas.
Havia um pranto no ar,
duas exclamações
potentes entre si.
Pó nos caminhos,
estradas vivas, entre jardins.
Ao longe, o foguetório,
as bandas, a música.
Mas eles corriam atrás
doutros marcos, de vida nova.
Não a viam, não a tinham;
e os seus passos longos,
ignaros de festas, de folias,
retinham trajectos
sem bússola, sem rumo;
sem esperança, também.

(Foto do autor)

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sábado, 25 de fevereiro de 2023

K

mão



  •   As tuas mãos,
  • O teu sorriso perlado 
  • Escorregando entre matizes de 
  • heras estáticas, o meu rir
  • Procurando o teu, as heras
  • Marcam o tempo que não há e eu
  • Fico, os dedos buscando esse anuir
  • Esse “já volto" que define o tempo
  • Em que vives, 
  • A tua longa e vivaz harmonia
  • Cadência de tempos em que a tua memória 
  • Nos brinda com a tua presença.

  • Estares ou teres estado,
  • É igual,
  • O teu tempo,
  • A tua presença 
  • Estão sempre por aqui,
  • Vislumbra-se onde estás,
  • Heras imóveis 
  • Em mil novecentos e tal…

(Fonte das imagens: acervo do autor)

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sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

K

Pegasus


 Eram os bastidores,

as asas fixas ao solo, vendas grisalhas, na sedução dos ares... Por que não estreitaste o focinho céus acima?

Onde deixaste o enamoramento?

O amor pelo elemento gasoso?

Pela antiga janela por onde espreitam

coisas antigas, velhas e antiquadas,

janela empoeirada longe da vacuidade

dos tempos,

das fraquezas,

da altivez de quem acha que comanda,

de quem pensa que está aos comandos

de algo,

mas de que coisa?

Ah! Esse focinho céus acima!

45o, ou mais, de ataque,

o gosto de ganhar

a Deus, o Seu espaço, o Seu domínio,

guerrilha vectorial, triplo componente.

A altitude é tua amiga,

números embriagantes,

o azul abraça-te,

o lá embaixo diminui

assim, velozmente,

violentamente,

varado num assombro

másculo, mas silente.

do lado de fora:

MIKOYAN GUREVITCH MIG-31


--

Sent from my Freewrite

 December 16th, 2022   Page 1 of 1


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domingo, 25 de setembro de 2011

K

(c)activo

Se não estivesse cativo,
preso nos enleios ardentes,
talvez caminhasse, solto,
talvez estivesse longe,
os cabelos flutuando nalgum Egeu,
entre sereias, talvez;
assim, cativo, preso, enredado,
não tenho como soltar a mente,
os pulsos, até;
até me pode chegar a maresia,
mas os pináculos apresam-me,
qual fera desleixada, 
esquecida na armadilha.


Se não estivesse cativo,
preso nos enleios ardentes,
talvez brincasse com as tuas mãos,
talvez mais perto de ti,
teus cabelos procurando o Egeu,
serias sereia, talvez;
só que assim com a mente nos punhos,
com a boca em esgar de trovão,
não tenho como te soltar;
quem sabe?, poderia chegar-me o teu aroma,
mas sabes?, não tenho como chegar-te,
sou um esquecido do tempo,
esquálida figura sombria.



Como estou cativo,
preso nos enleios ardentes,
apenas ergo as minhas mãos,
já esquecida a prece, 
ou o rodeio,
e aceno-te delirante,
na certeza das tuas mãos,
que,
brincando com as minhas,
trazem a madrugada,
o riso da liberdade,
do desprezo
por aquela que me subornou os sentidos!


(fonte da imagem:
http://integrallife.com/)

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domingo, 27 de março de 2011

K
Troféus

Já caminha velha
a liberdade.
Vai cambaleando,
o bordão da vida
à sua esquerda.
Agora, recolhe-se,
ao fundo do Capitólio,
à direita,
a seguir ao busto de Péricles (...).
(originalmente publicado no blogue
gps em que participo)
(imagem retirada da net)

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terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

K

hoje!

Ameaçaram de morte a nação.
Toldaram as frontes da fé.
Jogaram os sonhos nas águas*.
Ergueram punhais em brinde.
Cruzaram os punhos ignaros.
Ofertaram o nosso sangue.
Ontem.
(...)
Hoje, esqueço o esquecimento;
hoje, trago as flores mudas,
os braços soltos;
hoje, nos meus pulsos, 
as cores jazem em regressos,
latejam de vida,
tintas, embriagadas.
Hoje,
[quem sabe amanhã?],
virá a onda
e, na vibração rasteira, o 
*sonho já liberto,
fulgor pretérito perfeito,
presente indicativo,
futuro incondicional!*

(fonte da imagem:

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sábado, 25 de abril de 2009

K




Sublinho, entre as forças,

a parede que de ti me afasta.

Uma parede escorrente,

tinta que a desvanece,

não a leva.

Vou-me,

entre três ou quatro cravos,

já esquecidos,

por entre gravatas e sorrisos adiposos.

A parede fincada mira-me,

vê-me com o garbo dos fracos e dementes,

dos que esqueceram o fortuito rodapé,

em maneirismos de sanidade.

A parede sem gritos, sem vitórias,

no mar dos limos já largados,

escureceu os olhos,

já húmidos,

ao meu desdém,

em perspectiva longínqua.



C'est magnifique l'Avril au Portugal...
(imagem retirada da net)

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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

Iniciativa Legislativa de Cidadãos contra o Acordo Ortográfico. Leia, assine e divulgue! Sopro Divino

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