quarta-feira, 8 de novembro de 2023

K

Sereseres

domingo, 2 de abril de 2023

K

Solstício em Março… em Setembro.









I


Os amores

Enlaçam-se

Beijam-se,

Sugam-se,

Voracidade

Canibal,

A fúria da

Faca aguçada,

Empernam em

Bailado emplumado,

Velhos dossiês

Capas rasgadas

Arquivos de amores falsos

Longos como

Sebes saltando

Como mulheres sadias e, afinal,

Tanto Amor

Enlaçado,

Voraz,

No entanto,

Todos distantes

Pelos restos do

Solstício…..


(Foto do autor)

(Texto publicado originalmente, com alterações, na minha página de Instagram)

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segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

K

Paletes

Por que escrevo?
Que pretensão é esta? 
A de lançar palavras, 
que tantas vezes se empilham, 
escorrendo menos do que
vocábulos, 
apenas letras;
a minha fúria 
da quase mudez, 
semiótica... 
(semióptica...) 

(foto do autor
obtida com telemóvel:
estação de metro 
do Saldanha-Lisboa) 

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domingo, 5 de março de 2017

K

ânsia

A tranquilidade será impossível de atingir.

Todos sabemos o que nos espera.

(fonte da imagem:
arquivo do blogue)

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domingo, 13 de setembro de 2015

K

Manhã dolorosa


Foi no dia em que o imperador se 

curvou perante a morte.

A guarda imperial prostrou-se nas 

escadarias do palácio.

Suavemente, os outros guerreiros 

ajoelharam depondo as espadas, as 

lanças, os escudos. Faziam-no 

ingenuamente: inútil é lutar com a 

morte: se esta levara o imperial 

senhor, por que não o faria com eles, 

os mais fortes de entre os mais fortes 

de todos?

Agora, o império era um campo 

desguarnecido, território jacente numa 

aflitiva abertura à Europa.

(Publicado em 77 palavras, o blogue de Margarida Fonseca Santos)
(Fonte da imagem: https://bibliblogue.files.wordpress.com/2014/04/manfred-von-richthofen-4.jpg)

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domingo, 29 de dezembro de 2013

K

2013 AD

Soldadinho,
por quem lutas?
Soldadinho,
por que lutas?

Soldadinho,
sabes?
Enquanto choras
o caminho,
enquanto trovejam
os clarões,
enquanto as botas
te matam mais 
do que os outros?

Enquanto guerreias,
há quem espera
que sejas "máquina",
e se debruce 
sobre
o seu copo de uísque?
Enquanto guerreias,
há quem
percorra um mapa
e preveja a tua hora
com a segurança
de um horário de avião?

Sabias, soldadinho?
Sabias
que esperam
que não penses,
que ajas e pronto?
Estás pronto, soldadinho?

Mergulha 
no segredo,
ataca o medo,
e vasculha,
vasculha o sentido
da teia que te atulha
pela qual te tens batido...

(fonte das imagens: n/a)

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quarta-feira, 6 de novembro de 2013

K

flores em jeito de fim

sim,
esta é a hora
da nossa terra,
dos caminhos
(da noite)
das campas
alvas, delicadas,
servindo de poiso
aos gaios;
lembras-te
quando deslizavas 
as tuas mãos 
no frugal assalto
aos goivos
e aos lírios?


é na brancura
e no escuro da noite
que adormece o Sol,
em gestos suaves
de agonia,

num empréstimo
de flores 
[já extintas]

("Quando caminhares,
anda na bruma da verdade,
da paz; talvez encontres
a fruição no pó do caminho..."
Fala de Plauto a Tucídides,
seu discípulo nas horas silenciosas)

(fonte da imagem:
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Saint_Remy_les_Chevreuse_Cemetery_Fake_Ceramic_Flowers_02.jpg)

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quarta-feira, 30 de outubro de 2013

K

Rol

Agora, já não há mais tempo
de encostar a cabeça,
de dizer ao vento: "Espera!",
já não é o tempo de tentar
e de procurar.
O aço,
o fulgor mate,
rodeiam-nos 
cerrando-se.
Nem nos arbustos,
nas ervas,
há o cuidado 
no amparo,
suspendem-se as bagas,
os espinhos para um dia.

A máquina prossegue,
rangendo na inclemência,
um brilho metálico brutal
que cega as mentes.
Já não há mãos dadas,
cânticos ou bandeiras,
agora é o tempo do chumbo,
do esquecimento,
das listas elaboradas,
mortas
nas manhãs sucessivas...

("Não deixeis que a Polis vos esmague.
Sede os Cidadãos que deveis ser,
estai à altura do que vos acontece.
De resto, a Democracia fluirá,
vitória do povo."
Fala de Péricles a Atenas)
(fonte da imagem:

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terça-feira, 21 de dezembro de 2010

K
Perdão

Perdoaria as tuas mãos gélidas, cerradas,
o teu sorriso vago quase sepulcral,
o teu silêncio ocre;
se as tuas mãos se abrissem ao sol,
talvez a minha espinha se vergasse,
e o teu sorriso desfraldasse a lua
que enche o meu peito de gozo.
Arrasas o vazio que contigo se move,
tua sombra exulta;
teus passos coxeiam na dureza da hesitação,
calças os sapatos que escoram os teus medos.
Perdoava-te se as tuas mãos não fossem a substância
já degredo, já passado,
vil arremedo de caminhos porventura já extintos...

(fonte da imagem:
http://www.myheartstaysathome.blogspot.com/)

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sábado, 30 de janeiro de 2010

K

p o v o











Somos um povo

____improvisado sem estrela nem rumo,(1)

somos um povo
________arfando cego, apagado já o instinto

somos um povo
_______num dez de Junho insano, indistinto

somos um povo
_______viciado num azul ultramarino, extinto


"Esta é a ditosa pátria minha amada",
olhos no poente descobrindo(-se),
a Leste o forçoso apelo.
Esqueces de quem és,
o teu senhor,
e só na batalha/estádio
empunhas a tua bandeira

(pálida memória de ti!)

(inspirado num poema de Nilton Barcelli,
publicado no seu blogue)
(imagem retirada de
http://www.portadaestrela.com/)

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segunda-feira, 23 de novembro de 2009

K

encantos

Nos velhos altares pululavam deuses, tão sacros, decadentes,

tão decrépitos,
que se desvaneciam, já,
as suas vestes,
de maresia salpicadas.
Sacerdotes, trôpegos,
ainda oficiavam,
espalhando incenso,
salmodiando versos inaudíveis,
em línguas encantadas,
esquecidas,
fluidas,
mescladas de ontem.
Balbuciavam encantamentos,
encantos adentro
da flor do tempo
que ressaltava,
voraz,
no pó vetusto
que a cobria,
na secreta,
oculta noite média.











(imagem retirada da net)
(poema retirado do blogue
GPS em que participo)

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quarta-feira, 22 de julho de 2009

K

o chamado das sombras


(…) porque possuo
nos olhos o apelo
errante das sombras.
(Graça Pires in Ortografia do Olhar)

Vejo as sombras em volteios,
e refluxos,
tomam-me as mãos
como se fossem suas,
estrangulam-me o ventre
entre duas passadas.
Inquieto-me.
Meus olhos sorriem
em duas voltas surdas,
mas sinto o corpo em rajadas
quase submersas.
Sou jogado contra a parede esquálida,
e a perturbante viagem começa
num vago mistério final…
(imagem retirada da net)

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terça-feira, 14 de julho de 2009

K

tempo

A cidade agarra-me,
os salpicos lavam-me
todos os caminhos
úberes,
caídos entre mim
e o outro
(tempo).
Disfarço passos
que já foram meus;
talvez amanhã
fosse um dia qualquer
e todos festejássemos
os restos de hoje

que se sacodem
qual lama
enamorada...

(inspirado num poema de moriana)
(imagem retirada da net)

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segunda-feira, 13 de julho de 2009

K

passos
















Eu gostava de ser como tu
Não ter asas e poder voar

(André Sardet, Foi Feitiço)

Sim,
entre dois cedros
caminhaste com passos
obscuros,
esfíngicos;
vestígios num atalho
esquecido,
feérico.

Deixaste tuas asas
em minhas mãos
enquanto
a Lua despedaçava
seus dardos
entre as folhas,
entre os galhos;
teu rasto
havia muito que se exumara
e meus bolsos,
que, de vazios,

se rompiam.
Ao longe,
uma madrugada
teimava em não romper
por teus passos encobertos,

teus voos incertos.


(imagem retirada da net)

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sexta-feira, 3 de julho de 2009

K

...cruzando-se

Os caminhos cruzam-se
memória dentro.
Escolhas turvas
em dias chuvosos.
Vazam as gotas ambíguas
de um ontem esquecido,
entre duas talhadas de amanhã.
Meu peito já nada carrega,
a não ser tatuagens fendidas
pelo ar da melancolia,
pela certeza da obscuridade.


(imagem retirada da net)




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quinta-feira, 25 de junho de 2009

K

procissão







Calcorreavam os caminhos;
vinham dos moinhos altos,
detrás dos velhos choupos,
das urzes, de arbustos,
das acelgas miúdas.
Havia um pranto no ar,
duas exclamações
potentes entre si.
Pó nos caminhos,
estradas vivas, entre jardins.
Ao longe, o foguetório,
as bandas, a música.
Mas eles corriam atrás
doutros marcos, de vida nova.
Não a viam, não a tinham;
e os seus passos longos,
ignaros de festas, de folias,
retinham trajectos
sem bússola, sem rumo;
sem esperança, também.
(imagem retirada da net, pormenor do quadro de Dalí "A carcaça de um burro")

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domingo, 22 de fevereiro de 2009

K

verbos de ir

nunca o regresso fora tão desejado,

nunca as paredes,

os mosaicos,

a luz, matizada por velhos cortinados,

esfumados num quotidiano voraz,

nunca nada do me que fora tão meu,

fora assim tão sorvido.

"Construir o caminho para que ele exista"...

dar repouso às sandálias, ancorar;

sereno é o homem,

que apenas tem o céu

acima da sua cabeça...



(a partir de um poema de Paula Raposo)

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terça-feira, 6 de janeiro de 2009

K

(...) vi-te há 2 mil anos em Anticetera


O tempo não te conhece,

enfuna-se no nada,

e, no vazio, segue uma pluma

de dourados futuros.

Queria que me visse,

e que te apagasse de ti

e que me arrebatasse também.

Para onde?

Afagados no seu bafo presente,

talvez espíritos dalgum Natal,

talvez coisa nenhuma.

Será o oco cântico

que nos velará,

do passado até nunca?



(a partir dum poema de blindness)
(imagem retirada da net)

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segunda-feira, 24 de novembro de 2008

K

Artur

Usei o ferro,

golpeei a fronte,

arrastei o manto;

olhei pra trás;

a minha sombra,

só.

A lança, a espada, o escudo,

o pó os enlaçava,

foi-se a montada,

a demanda,

a procura,o rasto.

Envolvi-me naqueles farrapos,

outrora eu.

Nada onde retomar,

os caminhos haviam, finalmente,

suspendido os traços.



Algures,

entre matas de jasmim,

uma velha coruja abismava os olhos,

numa queda quase lenta,

a busca

quase em dor de ave.




(Fotografia de J.N)

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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

Iniciativa Legislativa de Cidadãos contra o Acordo Ortográfico. Leia, assine e divulgue! Sopro Divino

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