Gostava
Gostava que a minha morte,
fosse como a vida que me deram:
discreta e despercebida.
Que o depositar dos meus restos,
numa valeta,
fosse um gesto de esquecimento
como tantas vezes, em vida,
me esqueci de mim mesmo.g
Como se o Universo
ao lembrar-se do esquecimento
de quem, em vida,
foi a epítome do grau zero da morte.
(…)
De nada vale ambicionares,
de nada vale teres,
porque nada terás,
e as tuas ambições,
serão fogos fátuos,
vazios e
assustadores
e mais nada do que isso.
Pensa a tua vida
como um prazo
a que nem um segundo se acrescenta
e os teus "quereres"
apenas serão esgares trocistas
de deuses embriagados,
de deuses que nem querem saber
se tu és,
se foste…
ou se alguma vez serás…
Etiquetas: a fuga e a partilha, caminho/obscuros tempos, ESQUECIMENTOS, fugindo para trás? Que traz a fuga?, Gayote, humildade























