domingo, 11 de novembro de 2018

K

terminus












Aqui tudo termina.
Um Apocalipse revelado,
por entre as nuvens
flutua a espada
e também o cinzel,
o burel.
Numa semi-tranquilidade
louca,
paira o silêncio
dos mísseis de
cruzeiro,
cruzeiros sem volta;
nos giros almofadados
há vidas que fixam
em espanto e
calado horror
as nuvens:
prenúncio altaneiro e
mudo de novos,
rasos, loucos,
fins.
The end
 (📸 : anoitecer em Marvila,
vista para o bairro de Alvalade)
#revelação #revelation #whatiscoming #futuro

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quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

K

Canto da lua cerrada

Imagem relacionada
Aqui estou,
tão pálida,
no meu canto 
da noite,
a dois passos 
de ser grande.
De uma janela,
chamam-me negra,
misteriosa,
sufragista de loucos
e de mágicos lobos;
a minha luz,
dizem,
inspira poetas,
emancipa artistas,
saltimbancos
e trapezistas cegos.
Não conheço outro período
sideral a não ser este:
27 dias, 
7 horas, 
43 minutos e 
12 segundos,
que me transporta
dia e noite,
noite e dia.

Sou, pois,
uma lua cerrada,
em partículas 
de pó tão antigas
como os teus olhos
que me lêem agora.

(fonte da imagem:
http://40.media.tumblr.com/a5a37e100dc28cc61eee2f13bb092b71/tumblr_nfpsd6lhXY1tgoow1o1_1280.jpg)

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quarta-feira, 21 de outubro de 2015

K

anoiteceste


Anoiteceste,
as tuas mãos
enlaçaram os restos do meio-dia,
no teu colo
aninhaste a brisa do Outono,
nos teus cabelos soltos,
no seu roçagar cálido,
embalaste a areia,
a beira-mar.
Voltaste a sorrir ao Sol,
o mar ajeitou as ondas
numa espuma alegre,
contudo dissolvendo uma tristeza
sem dor, sem queixa,
prostração acre, doce.
Pelos teus olhos corre uma luz mortiça,
hasteando as velas numa chegada mansa,
o mar
meigamente
depositando-te,
na ternura de um dossel amoroso.

(imagem do autor obtida com telemóvel:
praia fluvial algures na Beira)

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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

K

origem


Vigia as tuas mãos,
os teus olhos,
os teu pulsos;
não rasgues os teus dedos na caliça
que te esqueceu;
não ouças as visões - brindes do tempo;
não cabeceies sobre o teu peito:
já não há quem se incline sobre ti.

Regressa à tua terra,
agarra os torrões, as ervas,
abraça os teus trilhos e sorri ao vento,
as madrugadas pertencem-te,
e os poentes alargam-se
e pintam-te a alma de ouro.
















(fonte da imagem: net, origem desconhecida)

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quarta-feira, 18 de novembro de 2009

K

pul(e)so

Quero que o meu pulso, o meu punho,
digite a letra,
a palavra perfeita,
o verso.


Quero que o meu pulso,
o meu punho,
gire a bandeira
do homem, da canção,
do riso.


Quero que o meu pulso,
o meu punho,
se abra em mão estendida
cálida,
em cálice de vida!


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domingo, 22 de fevereiro de 2009

K

verbos de ir

nunca o regresso fora tão desejado,

nunca as paredes,

os mosaicos,

a luz, matizada por velhos cortinados,

esfumados num quotidiano voraz,

nunca nada do me que fora tão meu,

fora assim tão sorvido.

"Construir o caminho para que ele exista"...

dar repouso às sandálias, ancorar;

sereno é o homem,

que apenas tem o céu

acima da sua cabeça...



(a partir de um poema de Paula Raposo)

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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

Iniciativa Legislativa de Cidadãos contra o Acordo Ortográfico. Leia, assine e divulgue! Sopro Divino

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