domingo, 9 de julho de 2023

K

Kyno











Ter o cabelo azul

E os olhos louros;

Viver numa

paisagem de Mishima;


Ter a Morte 

no estábulo 

para saber sempre dela;

Ser, assim, figurante

num filme menor.

Astro em ascensão.



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segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

K

Cordame

Vesti-me de vento,
calcei os sapatos
das boas novas,
ergui os olhos
e envolvi-me
nos tapetes relvados
da imaginação a galope
à garupa da memória.

Lembras-te?
Soltaste o cordame,
zarpaste
em onda triunfal.
Fui a tormenta
que te relegou,
querida maruja,
para os abismos
esquecidos.
Os teus marinheiros
não te trouxeram boas novas
nem ventos amáveis.
 
Agora, 
apenas sonhas
o cingir das águas,
guarda de honra,
pretoriana...
morrendo sem se render,
em doce, doce entrega...
 
(fonte da imagem:

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quarta-feira, 14 de novembro de 2012

K

estupros


Já me esqueceste?
Já te sobrou o tempo
da diáspora,
do revés sentido?
Já não lembras
o que fomos
ou que iríamos ser?
Onde estão os campos,
as árvores,
os frutos?
Ou será 
que o teu esquecimento
os varreu 
para debaixo da memória?
Sei que o vento deixou
de trazer os aromas, 
os pólens de outrora.
Sei que as sementes
se dispersaram
numa fúria esganada,
própria de apocalipse.
Seja maldito o teu desprezo,
a tua mágoa só gera 
vagas de extermínio,
regos de engano...
Mil vezes ergui o punho,
e mil vezes o baixei,
os meus pés,
fincados na lama,
raízes de um tempo
ainda solto...

("Deixa que o tempo
faça o seu trabalho,
que as rugas se apoderem
da tua ansiedade;
verás que, distantes,
os cuidados mirrarão."
Fala de Esculápio a Éfire,
seu discípulo)

(fontes das imagens:
1ª http://blog.earthfriendlyseeds.com/
2ª http://www.azgs.az.gov/)

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quarta-feira, 18 de maio de 2011

K
EM SI

(...)
regresso ao sinistro:
a tua dor sopra trepadeiras leves;
é como as moedas
com que vou pagando,
entre dores e gemidos,
ao coração, o troféu;
foste som verdejante,
mas hoje
já nem a tua luz me sorriu;
esqueci que afecto eras,
nem talvez isso me afectasse;
lentamente,
nas minhas mãos, já perladas,
 faz-se manhã,
o despertar de um sonho vadio,
o desprezo de uma flor gotejante...
(baseado num texto de
Valter Hugo Mãe,
publicado no blogue de moriana)
(fonte da imagem:

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segunda-feira, 19 de julho de 2010

K

queda VI

Mantenho os braços cruzados, fechados sob a cabeça,
mergulhados nos olhos desviantes,
na cegueira de desmentidos {acerca}...
cercando o juízo,
a dor do real,
espremida, gotejando silêncios...

[.... lá vai o maluco...]
[... eco, eco, eco...]
[... de escuridão feito!]
[.... lá vai o demente...].

(...)

Talvez volte a casa,
e poisados os arreios da fantasia,
calcorreie sonâmbulo,
novos caminhos de Sol e Lua!
(fonte da imagem:
www.abcgallery.com,
van Gogh, "Semeador
com sol poente") 

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segunda-feira, 10 de agosto de 2009

K

Ibn Errik


Forjaste-nos no fragor da liça,
na vontade do teu pulso,
da tua fronte;
vergaste as dores de um império,
Deus confirmou-te!

(imagem retirada da net)

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sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

K

Vontade d'el-Rey

Eras fraqueza.
Tua pele macia
levava-te ao sangue
num olhar.
Eras hipótese.
Sem certezas,
uma melancolia derramava-se
do teu ventre.
Eras cobarde.
A valentia fugira-te
havia muito.

El-Rey quis-te,
era a guerra.
Fugir?
Vestiram-te,
armaram-te:
um cinto de guerra,
braços e pernas
escondendo tua frouxidão.
Um escudo p'ra covardia.
Um capacete ornando
fantasias ausentes.
E a espada!
Cintilância na morte,
abrigo da vida.

(...)

Transfiguraram-te!
Da fraqueza, genica.
Da hipótese, tese.
Da cobardia, possança.
El-Rey te quis,
tu te tiveste,
guerreiro sombrio,
no rubro da contenda,
a morte escorrendo
pelo mundo abaixo.
Os olhos em El-Rey,
pés avançando
por seu novo jugo.

(...)


Vontade d'El-Rey,
acatam os homens,
o Império engradece,
a humanidade prostra-se!


(Grafitti situado em Telheiras, Lisboa)






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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

Iniciativa Legislativa de Cidadãos contra o Acordo Ortográfico. Leia, assine e divulgue! Sopro Divino

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