sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

K

Pegasus


 Eram os bastidores,

as asas fixas ao solo, vendas grisalhas, na sedução dos ares... Por que não estreitaste o focinho céus acima?

Onde deixaste o enamoramento?

O amor pelo elemento gasoso?

Pela antiga janela por onde espreitam

coisas antigas, velhas e antiquadas,

janela empoeirada longe da vacuidade

dos tempos,

das fraquezas,

da altivez de quem acha que comanda,

de quem pensa que está aos comandos

de algo,

mas de que coisa?

Ah! Esse focinho céus acima!

45o, ou mais, de ataque,

o gosto de ganhar

a Deus, o Seu espaço, o Seu domínio,

guerrilha vectorial, triplo componente.

A altitude é tua amiga,

números embriagantes,

o azul abraça-te,

o lá embaixo diminui

assim, velozmente,

violentamente,

varado num assombro

másculo, mas silente.

do lado de fora:

MIKOYAN GUREVITCH MIG-31


--

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 December 16th, 2022   Page 1 of 1


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sexta-feira, 5 de agosto de 2022

K

Futuro Imperfeito


As ruínas limitavam

o tempo,

eram um sol escuro

que pendia, cambaleava,

que fingia um 

acto quente,

luminoso,

cínico numa campanha

pueril na sua vastidão. 

Todo o chão 

sentava os passos

que, jocosos,

ensaiavam a travessia.

Reflectiam as colunas 

a baixeza, 

rumando 

para o lado em que

aquele sol,

sempre escuro,

amotinava os

ábsides, os cunhais. 

Forças ancestrais, 

longas, impantes, 

preparavam meticulosas, 

o fim, todos os fins, 

nem carbonizações restariam, 

nem arqueólogos aqui viriam 

num futuro distante. 


Na certeza 

de que o luar

seria cavalgado

entre mágoas nas

fissuras instáveis 

do Tempo...


#publicado na minha página do Instagram, com adaptações #tempo #colunas

(imzgem: arquivo do autor) 

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quarta-feira, 8 de junho de 2022

K

Cai





A Lua cai,

parte-se,

rodopiam estilhaços,

nos brilhos loucos,

volteiam olhos

de antigos marinheiros

que na Lua viam o Caminho.


Hoje, as rochas restantes

já nada dizem 

e os olhos, dementes, 

só conduzem 

a escolhos 

que, por sorte, 

levam ao cavalgar 

das ondas, 

das próprias ondas

que estilhaçaram 

a Lua;


fechou-se o círculo. A Lua cai,

parte-se,

rodopiam estilhaços,

nos brilhos loucos,

volteiam olhos

de antigos marinheiros

que na Lua viam o Caminho.


Hoje, as rochas restantes

já nada dizem 

e os olhos, dementes, 

só conduzem 

a escolhos 

que, por sorte, 

levam ao cavalgar 

das ondas, 

das próprias ondas

que estilhaçaram 

a Lua;


fechou-se o círculo. 

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sábado, 2 de março de 2019

K

Campanário

Era sob aquela massa,
pedra,
ferrolho e postigo,
ar macilento,
escuro táctil,
paredes e ameias,
calçadas as pedras
que escorregava
um riacho,
outrora líquido,
pedras enceradas,
o sol ecoando-se.
Nos ares, 
pássaros
e morcegos
esquecidos
esquiva, louca. 
O vento, 
em arco pétreo
esquece as searas 
outrora fustigadas. 
Erecta, 
distante, 
a torre some-se, 
cavalo balofo, 
tentando alado, 
o escape. 
Aquela gorda flecha
de pedra:
surdez 
de um deus 
humilde, 
busca 
vã 
duma eternidade. 


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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

K

(...)de roda(...)

Encostei-me a mim:
num orbital voltarete,
em redondilha menor,
grácil no rodopio suave
meu corpo girando,
entre volutas e colunas,
parecia um giro,
um bussolante,
um subtil bailador...










(fonte da imagem:
www.abcgallery.com,
Miró: "Azul II")

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domingo, 5 de abril de 2009

K

Carrocel

Escorregou,
desceu vida acima,

de pináculo em sombra,

esgueirando-se em caminhos de volteio.

Reviu os malmequeres,

os goivos,

aromas antigos,

efervescentes,

planos sem sobressalto.
Torceu-se,
engalfinhou-se,

mergulhou nas fronhas

de um passado sangrento,

antes do cume rompante,

acutilado,

num cristal de azul baço;

aprisionando

a dor sem esperança.

As sombras,

as luzes,

as duas irmãs,

num saco de Pandora....
(imagem retirada da net)

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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

Iniciativa Legislativa de Cidadãos contra o Acordo Ortográfico. Leia, assine e divulgue! Sopro Divino

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