Dizer um poema é orar; todos os poetas são abençoados por Deus. (adapt. de Rosa Lobato de Faria)
segunda-feira, 9 de maio de 2016
K
quando
Quando os passos incertos se tornarem estridentes, quando o sorriso vivaz se tornar lerdo, quando os meus olhos despidos de ti se tornarem centelha, então saberei que o meu tempo, que a minha fome de silêncio, terão sentido na madrugada que se alastra até pelo horizonte fora. Diz-me quando for a hora, desperta-me do terror hirto, da chama já mortiça,
e deixa-me caminhar, caminhar muito, até ao fim do exílio simétrico, que impus à minha alma. (imagem do autor obtida com telemóvel)
"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."
Naguib Mahfouz, romancista egípcio, na mensagem que enviou, em 1988, à Academia Real Sueca a agradecer o Prémio Nobel da Literatura, o único a ser atribuído até à data, a um escritor árabe
(cit. em "Dicionário do Islão", Margarida Lopes, ed. Notícias)
0 Comentários:
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial