Etiquetas: caos
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
Ksegunda-feira, 27 de dezembro de 2010
Kvoos
que,
quando
te assomaste
meus olhos
elevaram-se
num festim quase religioso
(fonte da imagem:
http://meme.yahoo.com/vanessaclass)
Etiquetas: olhares
Contas
E quanto tempo terei
para despir este eu
que me reflecte e mata,
na totalidade da espera?
Parte do caminho está feito
no conluio do que escrevo;
nem reconheço
o que me falta ainda penar,
na inocência de uma tira branca,
baixo relevo do suplício oculto.
(fonte da imagem:
http://myra-parole.blogspot.com/)
Etiquetas: Para onde? Demente
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
Kterça-feira, 21 de dezembro de 2010
KPerdoaria as tuas mãos gélidas, cerradas,
o teu sorriso vago quase sepulcral,
o teu silêncio ocre;
se as tuas mãos se abrissem ao sol,
talvez a minha espinha se vergasse,
e o teu sorriso desfraldasse a lua
que enche o meu peito de gozo.
Arrasas o vazio que contigo se move,
tua sombra exulta;
teus passos coxeiam na dureza da hesitação,
calças os sapatos que escoram os teus medos.
Perdoava-te se as tuas mãos não fossem a substância
já degredo, já passado,
vil arremedo de caminhos porventura já extintos...
(fonte da imagem:
http://www.myheartstaysathome.blogspot.com/)
Etiquetas: caminho/obscuros tempos
sábado, 18 de dezembro de 2010
Kquinta-feira, 16 de dezembro de 2010
KLembro-me de quando o sol era bom,
apenas porque sim,
e não pelo aquecimento global.
Lembro-me de quando os miúdos brincavam ao ar livre,
apenas porque gostavam,
e não por viverem num campo de refugiados.
Lembro-me de quando os miúdos gritavam,
apenas porque lhes apetecia,
e não por desafio violento aos adultos.
Lembro-me de quando tratava a lojista por "menina",
apenas pela simplicidade,
e não por uma vaga razão oculta.
Mas que voltas dá a Terra,
para que, a cada instante,
tudo seja "feito de novas qualidades?"
(fonte da imagem:
http://omeusofaamarelo.blogspot.com)
Etiquetas: memória, memória longínqua
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
KAgora é o tempo do pousio,
dos sonos longos e fartos;
é o tempo das neves,
dos frios soltos
em que me estendo;
há ramos gingando
ao sabor das fogueiras,
estalidos, pé ante pé;
espelham-se os dias sujos
nas poças encharcadas
ladeando a terra prenha;
suspeitam-se golfadas de ar
transviando as memórias,
pecúlios, farripas de sol;
[paz nos caminhos mornos
em dormição aninhados... ]
(fonte da imagem:
http://extinto.blogger.com.br)
Etiquetas: arco imóvel
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
Kqueda XV
Hoje encostei-me ao meu passado,
àquilo que me enformou, formatou.
Baixei os olhos e nada vi:
os meus tempos,
sorrisos abraçados a brisas,
filmes sem realização,
nada: apenas o vácuo
entre os dois hemisférios.
Os trejeitos que a vida foi dando,
as quadrilhas, os tangos,
as mornas, os swings,
foram deixando gotejar,
sem pressas, secamente,
os pedaços desconexos, cegos,
desta marcha tonal, afónica,
a que chamas, com aparato,
(ostentação, até)
existência, estrada de redenção,
meu caro semelhante,
meu querido irmão...
(fonte da imagem:
http://blogvigiacomigo.blogspot.com/)
Etiquetas: Perdido
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Ksoneto em forma de...
escalam, gulosamente,
as teias que armaste
em torno da minha alegria.
Talvez haja ainda o prazer
da festa que me subtraíste,
entre trejeitos e balões,
ritmos há muito aprendidos.
Hoje regressei.
Subi os meus degraus,
acheguei-me.
Sorrisos, mulher?
Esgueiraste-me os passos,
em jeitos de fim do mundo...
(fonte da imagem:
Etiquetas: apenas
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Kqueda XIV
Etiquetas: Busca, Já nada; a fuga e a partilha
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Kimpérios
-ou mesmo castelhano-
Etiquetas: Fim
"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."
-
Naguib Mahfouz, romancista egípcio, na mensagem que enviou, em 1988, à Academia Real Sueca a agradecer o Prémio Nobel da Literatura, o único a ser atribuído até à data, a um escritor árabe
(cit. em "Dicionário do Islão", Margarida Lopes, ed. Notícias)