sexta-feira, 9 de junho de 2017

K

encanto

Resultado de imagem para impressionist sunset
Encanta-me o entardecer,
não pelas suas sombras,
mas pelo dia 
que continuamente 
me oferece.
E tantas vezes, 
no seu brilho altruísta,
dá-me a luz dourada,
reflexo puro da sua majestade.


("Há-de aparecer-te uma sombra, uma ponta de tristeza. Olha a luz, analisa o teu mal e nunca deixes de regressar e de ir. Será esse o teu fado." Fala de Adeo a seu servo e amigo Paciano)


(fonte da imagem:
https://www.dailypainters.com/paintings/59216/Newport-Beach-Back-Bay-Painting-California-impressionist-sunset/Karen-Winters)

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terça-feira, 11 de setembro de 2012

K

estímulo táctil


Estava eu em Istambul,
e uma caixa-matriosca,
marosca, pois,
parou-me nas mãos,
talvez em gestos vãos;
tinha um jeito de russa,
cirílica escrita, não descrita.

Já estava eu em Londres onde,
uma caixa comprida, contida,
surripiou-se prás minhas algibeiras,
às beiras,
e era uma caixa discreta
num tom secreto de vermelho.

Entretanto em Berlim, ai de mim!
uma outra caixa-baú,
vês tu?
acotovelou-me,
tocou-me.
Era uma pequena caixa sem graça,
talvez até roída pela traça.

Afinal, das três caixas,
sem etiquetas ou faixas,
direi com ar astuto,
dentro da pequena caixa estão
o vazio e o zero absoluto!

(fonte da imagem:

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domingo, 4 de setembro de 2011

K
ORQUESTRA AO FIM DO DIA

o vento sussurra lá fora aquilo que me vai cá dentro...
enquanto caem as folhas, abato-me sobre o meu peito,
nem a brisa nem os meus olhos descansam, vagos,
rodopia a areia jacente no solo, o sorriso foge-me,
acho que há pequenos tornados e, abatido, observo
os cones baixos, insignificantes migas de Natureza,
e o céu quase solidário oferece os braços das nuvens
num desejo de ascensão salvífica,
num rodear de mastros antigos,
firmes num mar ansioso,
albergues esquecidos,
chiando lúgubres
num passado
já gasto
(foto do autor obtida com telemóvel, 
"nuvens sobre S. Martinho do Porto")

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quinta-feira, 21 de julho de 2011

K
CONTRALUZ

Vejo-te por entre as sombras do ocaso:
hoje, as brumas deixam sonhar-te;
ao longo da arriba, 
vão-se enrolando as águas e a terra
e o teu pescoço cinzelando as marés;
é neste bocado do dia em que me estendo,
(as mãos sob o queixo)
na espera daquele ápice
em que o céu, o oceano e tu
se fundem 
numa lágrima triunfante,
num suspiro ostentoso,
num compasso magnifico,
Zaratustra 
e Strauss 
e Nietzsche
empoleirados
na mesma clave,
na mesma calote.
 Em contraluz,
em silêncio:
o justo salário
de quem espera
num sorriso 
(mal contido)
as lantejoulas
e outros brilhantes...

(falsos)


(imagem retirada de:
http://marciavilarinhoebook.blogspot.com/)

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segunda-feira, 9 de maio de 2011

K

soltar

Mira os céus, as nuvens,
lembra os mares, a espuma,
o dorso das vagas,
depois,
se lhes virares as costas,
serão teus,
cinzelados à tona de ti...
(fonte da imagem:

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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

K

voos

Eras de tal modo ave
que,
quando
                te assomaste                                               
                       meus olhos     
elevaram-se
num festim quase religioso 


(fonte da imagem:
http://meme.yahoo.com/vanessaclass)

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terça-feira, 31 de agosto de 2010

K

queda VIII

As minhas mãos já esqueceram os caminhos
e o regresso fez-se ponte;
houve, talvez, uma só manhã,
um dia real no fragor do tempo;
mas as minhas mãos continuam esquecidas
e o poema não se fez,
nem nas vagas tardes
em que o Sol escalava o poente,
funâmbulo de si mesmo,
gesto seu
de riso vadio.

(foto do autor obtida com telemóvel: praia de S. Pedro de Moel)

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sexta-feira, 25 de junho de 2010

K

queda IV

Na ciência das minhas mãos,
jaz a voluta de segredos,
apenas triunfo de passos,
mero espírito vadio.
(fonte da imagem:
http://oaklandnorth.net/)

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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

K

rol














Semicerro-me,
e encosta abaixo
brotam as gelosias
do mosto já esquecido,
de bacantes e leves esgares...
assim r
         o
           l
             a
               n 
                 d
                   o

assim desvanecendo-se
na memória oblíqua.

(fonte da imagem:

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quinta-feira, 30 de julho de 2009

K

quanto tempo...

Quanto tempo mais
meus olhos estarão
errando pelos teus,
num movimento estático
de quieta veneração?

(imagem retirada da net)

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terça-feira, 28 de julho de 2009

K

Gesta















Desci a escarpa,
as rochas serpenteavam,
algas sentiam o meu corpo,
veemente.
Pequenas poças reflectiam um rosto,
não era o meu.
O Sol picava forte
nos atalhos encadeados,
mas não o sentia,
ali,
mirando poentes arcaicos;
os meus átomos presentes
nas primeiras marés,
ensurdecedoras,
quase crespas.
Participara,
mas não fora parte,
já não era ou estava…
Sobrevoava-me,
em espírito descendente,
um velho alado, quase familiar.
Rodo as velhas sensações
em ares de violeta,
e então ensaio, preparo,

em longarinas de angústia,
uma fuga de gesta quase fatídica…

(imagem retirada da net)

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terça-feira, 21 de julho de 2009

K

Olival

...a brisa entre as oliveiras,
num fim de tarde,

uma tristeza rolava

por sobre o olival

que,

de tão quieto,

trazia preso a si o anoitecer cálido de um Maio

[qualquer].

Era aquela hora da tarde

em que se deseja a sombra

entre os fios de erva,

deslizando,

qual cobra espreguiçando-se

em anéis de tonteria.

Não sei dos meus sentimentos:

devem espraiar-se algures...

algures entre o flanco

da surda casa

e o já provecto assento

tão coberto das memórias

de raios de Sol nublados...
(inspirado em excertos dum poema de Lucio Santoni em moriana)
(imagem retirada da net)

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domingo, 28 de junho de 2009

K

margens


o corpo está,

Alinhar ao centroa alma voa,

sem rumo,

sem destino, chegada

ou regresso.

O curso dos rios

traz a imagem rude,

disforme,

do corpo em anelos

sinuosos.

Brilha o horizonte tranquilo,

voa, em desvios sonoros,

a alma incerta,

quase discreta.

O corpo queda-se

no rol longo

de uma saída intramuros.


(inspirado no excerto do poema de Wislawa Szymborska "Gente na Ponte", publicado em moriana)

(imagem retirada da net)

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domingo, 22 de março de 2009

K

caminhos

Ter sentidos em afecto impressos;
escalar o momento da avareza
numa multidão de algas soltas,
cor de chegada a uma gare esquecida.
Sim, vi os carinhos
entre ruídos infernais de carruagens,
limos esvoaçantes
entre quaisquer alavancas para o dia.
Era noite ainda,
e os restos de sargaços eram trazidos
pelo vai-vem das máquinas
em deslizes faltosos,
nas linhas
que me segredaram ser da vida.
Esperei.
Soube que nas minhas palmas
se estendiam afagos sem destino,
avaros,
ínvios,
invictos na sua cruz.




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domingo, 14 de dezembro de 2008

K

ocularis

Diz-me que desprezo é esse
que não olhas pra quem quer que seja,
ou pensas que não existe
ninguém que te veja
(António Variações)



Meus olhos tropeçam

no esguio ar dos outros.

Arrogo-me ao desdém

e caminho

num luto por mim mesmo.

Meus olhos implantam-se

nos negros que vêem;

tropeço em memórias,

sinais.

Olhos inquisidores,

olhares, sempre olhares.

Cúmplices, reféns

de minhas mãos

que os embalam,

que os regem,

em majestosa cadência,

em sumptuosa ínsula...



(foto retirada da net)

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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

Iniciativa Legislativa de Cidadãos contra o Acordo Ortográfico. Leia, assine e divulgue! Sopro Divino

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