sexta-feira, 4 de março de 2011

K
grande
É na brusca inquietação
que os meus olhos presos
procuram as praias marejadas
pelos prantos que lá deixaste.
Ansiosas, as minhas mãos vogam
pelo espaço que lhes tolero,
buscam as velas içadas,
os mastros da partida.
As latitudes marcam o meu tempo,
sou mestre e escravo de uma bússola louca,
cinjo as minhas mãos,
encosto os cotovelos.
À parte, o tropel dos sonhos,
o cerrar das portas,
vislumbram os céus
carregados de espumas.

Já provaste a certeza
das coordenadas,
das emoções condenadas?
Já enrugaste os teus pensamentos,
lavrados entre lençóis de devaneio?
Marca o teu caminho,
alinhava os teus passos
e foge da sujeição,
ganha os céus
e cavalga as nuvens,
o teu destino é muito mais do que os astros!


(fonte da imagem:
http://www.silentmotionyoga.com/)

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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

K

Contas

Quantos eus sou eu?
E quanto tempo terei
para despir este eu
que me reflecte e mata,
na totalidade da espera?
Parte do caminho está feito
no conluio do que escrevo;
nem reconheço 
o que me falta ainda penar,
na inocência de uma tira branca,
baixo relevo do suplício oculto.
(fonte da imagem:
http://myra-parole.blogspot.com/)

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terça-feira, 2 de dezembro de 2008

K

demente

Lá vai o maluco,
lá vai o demente,
assim te chama toda essa gente.
Mas tu estás sempre ausente
e não te conseguem alcançar.

(António Variações)



Sim,

tenho os olhos,

guardados na gaveta das dobras

onde fica a dor de ontem.

Extraí e destilei a fuga;

caminhei lado a lado

com a raiva do nada;

o medo esgueirou-se
pelos pensamentos adentro.

Houve receios almejados,

marinhando pela alma longe,

fugidia.

O povo sabia o demente,

e nada tinha;

o demente tinha o ser,

o finito,

o nada,

o tudo,

o dobrar-se na fantasia,

e adormecia nos baixios

da memória.


(foto extraída da internet)


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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

Iniciativa Legislativa de Cidadãos contra o Acordo Ortográfico. Leia, assine e divulgue! Sopro Divino

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