Dizer um poema é orar; todos os poetas são abençoados por Deus. (adapt. de Rosa Lobato de Faria)
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
K
TEMPO
Agora é o tempo do pousio, dos sonos longos e fartos;
é o tempo das neves,
dos frios soltos
em que me estendo;
há ramos gingando
ao sabor das fogueiras,
estalidos, pé ante pé;
espelham-se os dias sujos
nas poças encharcadas
ladeando a terra prenha;
suspeitam-se golfadas de ar
transviando as memórias,
pecúlios, farripas de sol;
[paz nos caminhos mornos em dormição aninhados... ]
É o tempo de repensar o amor e a vida. É o tempo de amar a terra e a água. É o tempo de trazer para a poesia as poças de água onde chapinhávamos em criança... Um beijo, Jaime.
"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."
Naguib Mahfouz, romancista egípcio, na mensagem que enviou, em 1988, à Academia Real Sueca a agradecer o Prémio Nobel da Literatura, o único a ser atribuído até à data, a um escritor árabe
(cit. em "Dicionário do Islão", Margarida Lopes, ed. Notícias)
1 Comentários:
É o tempo de repensar o amor e a vida. É o tempo de amar a terra e a água. É o tempo de trazer para a poesia as poças de água onde chapinhávamos em criança...
Um beijo, Jaime.
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