Do que os olhos vêem restará tão somente a recordação... Impressa na nossa alma com a força dos sentidos... Os sons, os cheiros, o toque, o sabor, as imagens... Mas o tempo... esse que nada sente... leva-as com ele e, das recordações, massa do nosso ser... restarão apenas memórias do que foi...
"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."
Naguib Mahfouz, romancista egípcio, na mensagem que enviou, em 1988, à Academia Real Sueca a agradecer o Prémio Nobel da Literatura, o único a ser atribuído até à data, a um escritor árabe
(cit. em "Dicionário do Islão", Margarida Lopes, ed. Notícias)
4 Comentários:
antónio variações, poemas fabulosos.
deu o mote ao teu.
:)
bjs.
Do que os olhos vêem restará tão somente a recordação...
Impressa na nossa alma com a força dos sentidos...
Os sons, os cheiros, o toque, o sabor, as imagens...
Mas o tempo... esse que nada sente... leva-as com ele e, das recordações, massa do nosso ser... restarão apenas memórias do que foi...
A "demência" de Variações é também um pouco minha, daí...
apenas as memórias do tempo, blindness. A fuga, o desapego também. Não será ainda cedo para te preocupares com isso?
Beijos
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