Dizer um poema é orar; todos os poetas são abençoados por Deus. (adapt. de Rosa Lobato de Faria)
quinta-feira, 21 de julho de 2011
K
CONTRALUZ
Vejo-te por entre as sombras do ocaso: hoje, as brumas deixam sonhar-te; ao longo da arriba, vão-se enrolando as águas e a terra e o teu pescoço cinzelando as marés; é neste bocado do dia em que me estendo, (as mãos sob o queixo) na espera daquele ápice em que o céu, o oceano e tu se fundem numa lágrima triunfante, num suspiro ostentoso, num compasso magnifico, Zaratustra e Strauss e Nietzsche empoleirados na mesma clave, na mesma calote.
Em contraluz, em silêncio: o justo salário de quem espera num sorriso (mal contido) as lantejoulas e outros brilhantes...
(falsos)
(imagem retirada de: http://marciavilarinhoebook.blogspot.com/)
"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."
Naguib Mahfouz, romancista egípcio, na mensagem que enviou, em 1988, à Academia Real Sueca a agradecer o Prémio Nobel da Literatura, o único a ser atribuído até à data, a um escritor árabe
(cit. em "Dicionário do Islão", Margarida Lopes, ed. Notícias)
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