quarta-feira, 8 de agosto de 2018

K

canto


Resultado de imagem para parede alentejana

                         Não há bosques,
não há relva
no meu pensar;
cristalizou-se-me o sonho,
pingou o tempo entre duas tílias
no regresso de uma barra azul
- fusão numa parede alentejana - .

Florestas ridentes,
os mastros entrecortados,
a proa furando paredes
e paredes 
de algas.

Então verei
que tudo já foi 
dito,
inventado, 
feito,
e nada sobrou para 
o meu canto 
tão gregoriano, tão vetusto,
tão medieval, tão clássico.

(fonte da imagem:
http://castelocernado.blogspot.com/2010/12/cal-na-tradicao-alentejana-e-comendense.html)

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quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

K



Queria que o musgo me cobrisse
[em jeito brando, de cantochão]
e se apaziguassem as sombras,
os triunfos entardecidos,

{frugais... }

(imagem retirada de abcgallery:
Canaletto, "Capriccio:
ruínas e edifícios clássicos")

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sexta-feira, 19 de junho de 2009

K

back to nothing


He did not speak,
he sat there
smoking
standing aside
almost forgotten
behind the smoke rings.
I was in front of him
(he pierced me with his look).
I did not sigh.
I waited
as the rain came.
He said nothing
though.
I found my ashes,
my unexpected dreams.
We both left,
no word,
no glare,
no nothing...
The skies produced a raven
while pouring
water drops
out of nowhere...


(inspirado no execerto dum poema de Jacques Prevert in moriana)

(imagem retirada de celticjeweler.com)

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domingo, 14 de dezembro de 2008

K

ocularis

Diz-me que desprezo é esse
que não olhas pra quem quer que seja,
ou pensas que não existe
ninguém que te veja
(António Variações)



Meus olhos tropeçam

no esguio ar dos outros.

Arrogo-me ao desdém

e caminho

num luto por mim mesmo.

Meus olhos implantam-se

nos negros que vêem;

tropeço em memórias,

sinais.

Olhos inquisidores,

olhares, sempre olhares.

Cúmplices, reféns

de minhas mãos

que os embalam,

que os regem,

em majestosa cadência,

em sumptuosa ínsula...



(foto retirada da net)

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segunda-feira, 1 de setembro de 2008

K

fotografia


Aqui perdia a vista,


ganhava o sonho.


Aqui sorria ao mundo,


cambaleava na paixão


do iridiscente,


adentrava-me na loucura.


Aqui poisava o braço,


o queixo,


o riso já maduro;


como criança mirava o vento,


fulgurante de mil cores;


aninhava-me nos prados,


nas colinas,


banhava-me nas águas,


fluindo na memória,


escorrente em encantos


dum outrora já fugido;




e ria... ria muito,


ria como se fosse


o meu último riso,


no meu último leito,


na minha derradeira espera.
(inspirado num álbum de blindness)
(Fotografia de J.N.)

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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

Iniciativa Legislativa de Cidadãos contra o Acordo Ortográfico. Leia, assine e divulgue! Sopro Divino

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