terça-feira, 7 de maio de 2024

K

Urdir

terça-feira, 19 de março de 2019

K

Ouve



Ouve,
sabes o mar?
A alternativa
ao sorriso desdentado
ao chão fletido sobre si,
na secura esquecida
de tempos assim,
como devem ser.

Há uma busca tão demente,
 um frenesim,
um vaivém de rupturas,
de perdas, 
que o céu faz-se obedecer,
num anil fero;
bendita a hora do crepúsculo 
inclina as árvores,
sorri ao vento,
à aragem amável,
mas feérica.

Ao longe a cidade,
formigueiro de braços 
e pernas inconsequentes,
rajada térmica,
onda sem frequência 
porque já passou o seu tempo.

Não evites o sol pôr,
o sorriso que as velhas
lhe encontram 
em caminhos de vagas intenções.

Mira, vê e olha!
Sê uno e manifesto,
não perdoes a iliteracia do gosto!
Sê uno e manifesto!

(foto do autor
obtida com telemóvel:
entardecer no bairro de Alavalade,
Lisboa, inícios de 2019)

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terça-feira, 11 de dezembro de 2018

K

Há muitas noites:
as de insónia e desespero,
os olhos esventrando o tecto;
as de glória e honra,
os olhos buscando a lua;
as de farto aconchego,
os olhos buscando os teus.
Pingam as estrelas,
em jeito vivaz e mordente,
jura o pó sobre si próprio,
uma vez que a ele retornará.
Escorro-me pela noite acima,
busco os corpos celestes,
as crostas do tempo,
as tampas dos caixotes
em que se alojam vetustos ET.

Afinal,
os meus olhos fundaram
o Universo.

 (Poema publicado pela primeira em Belas Artes Belas

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segunda-feira, 21 de maio de 2018

K
Caminhas,
devoto sedutor,
atrás do táxi
que se prende
pela antena
e pela tecnologia.
Ganham aço
os teus sapatos,
nas reviravoltas das ruas;
não há silêncio
que te embale,
nem jugo
que te seja leve.
Agora,
2018 é o ano
do mais do que supersónico,
do mais do que arranha-céus.

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Todo!!

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sábado, 28 de novembro de 2015

K

afastando-se

Despego-me de alguns,
daqueles que me perderam;
as amarras,
os laços esgotam-se,
desfiam-se;
vejo o mar,
olho o passado
e firmo as memórias
que em mim cabem.
Hoje, na pirueta das ondas,
no regresso das vagas
ao mar chão,
apenas sobra 

o desgaste,


a polução rota 
do esquecimento.

("Opta pelo silêncio,
haverá sempre quem 
se esquivará 
dos teus caminhos,
e nas esquinas falará
dos teus actos.
Que a tua cabeça seja hirta
como o Sol, 
nada te atormentará, então."
Fala de Titus, o historiador,
a seu discípulo Justinus)

(foto do autor obtida
com telemóvel)

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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

K

arame de aço

Uma sombra espelhada,
um resto de penumbra,
[também]:
havia muito que os céus
despejavam significantes
sem significado,
e as trovoadas
gritos,
sombras,
e as chuvas
suspiros
penumbras;
trevas,
cortina de palco,
bailador  anónimo
a rabiscar,
a garatujar
[e sempre a perder],
um apelido
preso no arame farpado do tempo;
em ciclo veloz,
desbaratando,
precipitando-se pelos significados,
arrastando-os
esmagando-os
contra o arame farpado…
cilindrando-os,
num cume escarpado,
vertigem, poço…
File:Barbed wire.jpg
Já em paz
caminho agora
pelas volutas da morte.

(desafio usando as palavras "apelido preso no arame farpado" no blogue 77palavras.blogspot.com)
(fonte da imagem: http://simple.wikipedia.org/wiki/File:Barbed_wire.jpg)

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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

K
A posse

Agora é o fascínio do branco,
da alquimia da posse,
da refrega;
abraço a sinceridade,
os despojos da esperança;
fiz-me à vela,
entre rochedos de espumas
[em buliçosa ruptura];
estou mais longe de mim
do que antes das claridades
das madrugadas rompantes.
Até quando estarás afastada do meu tacto,
do meu alento?


(fonte da imagem:
http://www.domontgallery.com/)

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quinta-feira, 2 de julho de 2009

K

ancient dreaming




An old pain
climbs up the sounds
of the city beneath.
I pass
through the ace of spades,
carrying the pain on my back;
people stare at my eyes,
my footsteps keep following me.
I pass
through the gates,
I try to conceal my smoking dreams
into the valley of my wits.
I pass
once again,
my footpath walks beside me;
as I look back
desperate soldiers try to cover
their luminescent horror.
(imagem retirada da net)

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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

Iniciativa Legislativa de Cidadãos contra o Acordo Ortográfico. Leia, assine e divulgue! Sopro Divino

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