Se buscas algo,
se tuas mãos
descortinam caminhos,
atalhos até,
deixa cair tua angústia,
teu vislumbrar do amanhã.
Nada há para além
do calendário,
vira a página,
desliza o botão
digital
e nada acontece,
o Universo nada deixa acontecer,
somos átomos do não-acontecer,
espíritos alcalinos
de presenças silentes.
O sol nasce e põe-se
na quietude dos heróis dissipados,
somos uma Terra em que só se dá notícias
deste Sapiens,
envergonho-me de ser deste caudal
de desastre e impropérios;
talvez sejamos esquecimento num futuro próximo;
talvez quem nos visite se interrogue
acerca duma raça catastrófica
que, sabiamente, soube destruir tudo
e a si própria enquanto palrava sabiamente:
- de democracia
- de não repetir erros da história
- de direitos (?) humanos
- de ecologia
e doutros mísseis altamente destrutivos.
Sinceramente, nunca entenderei a tradução
“Homo Sapiens” para português…
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