sábado, 5 de outubro de 2024

K

ós adi

A

Consolador estar só,

Só a mim me pertenço,

Os meus passos são meus,

O horizonte semicerra-se

Numa nuvem solitária,

O sol abriga-se e,

Sem ver a lua,

Desce majestoso,

Estático, pungente.

Traz a noite,

A tranquilidade do lar,

Não tenho o jugo dum grupo,

A espera é nada.

Ao fundo do meu braço,

A minha mão

Que não enlaça

Nada ou ninguém. 

(...)

Morrer só: alternativa

Forçosa.

Ninguém parte acompanhado...

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sábado, 14 de setembro de 2024

K

ar

 


ar

Vês tu?

É o vento que se acerca,

o sobressalto.

Traz consigo,

nos bolsos do poema,

dois, talvez três,

risos escusos.

Não vês o pardo areal

brilhando louco na gesta 

mais do que esquecida,

desprezada? 

Não vês o vento,

o espanto,

a dor ressaltada?

Não vês os olhos baços,

presos nas esquinas das águas?

Não vês?

Por favor!

Não vês?

(...)

Não.

A tua voz ressalta,

quase canta,

mas teus olhos

fecham-se à matiz dourada

do tempo de agora...

2023-01-22T19:21:17+00:00

quarta-feira, 7 de agosto de 2024

K

Tua

A tua doidice
O odor,
A textura
Do teu sexo
As estrias de prazer,
Os holofotes da loucura
Tudo se aclara
Para seres minha
Posse fábula
Posse conto
Posse verso
Toda reclinada
Sobre uma paixão
Já acesa
Todos os teus membros
Enlaçados,
Na lenta escuta
Da madrugada
Que teima em
Unir nossas almas,
Mais do que nossos corpos,
Pois dia a dia tão colados
No grude do amor
Que não conhece ocaso…

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domingo, 2 de junho de 2024

K

Sol


  • Há um Sol
  • enterra lento,
  • Em terra lento
  • até podia estar

um anoitecer magnífico,

teatral, sinfónico.
O barulho das pessoas
era indiferente:
entre o palrar,
o nada dizer,
condição de homens,
de mulheres
e até podia ser Saturno
num enterrar 
sepulcral,
que os copos,
as bocas continuariam
a nada dizer...
Mas era o Sol,
aquele magnífico,
lento,
enterrado Sol,
para mim K. 626,
um Mozart triste,
magnificente,
final,
acompanhava
aquele enterro.
Era sempre na terra
que tudo terminava,
Era aqui o sol pôr,
por entre a indiferença
de quem nunca soube mudar.
Para quê modificar-se?
se até o Sol tem sido
sempre igual?

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terça-feira, 7 de maio de 2024

K

Urdir

quarta-feira, 3 de abril de 2024

K

Velho guerreiro








Numa pequenez rara,

abissal

Num rasgo de infinita bondade

Elevas o teu sorriso bom, para

Longe do que é efémero 

P’ra cá do final desejado.


Antes da fúria

E da danação:

Dos sismos e dos

Orgasmos, do

Instantâneo e do trovão.

Antes que o tempo seja

Dotado de mesquinhez, 

Que se alie a ti, 

velho guerreiro, nas 

Sombras de velhos contos,

De sagas-memórias 

Esfumadas, 

Trilhos para o esquecimento, 

Porque é esse o caminho

De todos os caminhos,

Não busques outro. 


Aperto a tua mão, 

Velho guerreiro, 

E reflicto 

-Nos teus olhos

Turvos, 

-No teu sorriso 

Aberto, 

-Na sinceridade 

De tuas mãos,


A beleza que ostentas, 

Esse manto de arminho, 

Que te cobre, 

É também real linhagem 

Finíssimo tule, 

Aristocrática humildade... 

Caminho e trilho reais,

Um beija-mão velado

que trouxeste de colónias

e possessões que, 

lascivas,

se te entregaram,

na fantasia do espanto:

“Vossa Majestade!

Altíssimo Rei!”

Na Metrópole esquecido,

Velho combatente de

Tua linhagem, de teu 

“Pedigree”.


Eternizas-te pela tua

dinastia fora,

Velhos quadros,

Tua face multiplicada/ex-quecida,

Senhor/raiz/centro/epicentro 

Dono de um sangue que não definhou.




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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

Iniciativa Legislativa de Cidadãos contra o Acordo Ortográfico. Leia, assine e divulgue! Sopro Divino

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