terça-feira, 2 de setembro de 2025
Ksábado, 9 de agosto de 2025
KTer…
Ter o cabelo azul
E os olhos louros
Viver numa
paisagem de Okusai
Ter a Morte
no estábulo
para saber sempre dela
Ser, assim, figurante
num filme menor
Astro em ascensão.
—————————————-
Serás pergaminho,
Onde ejacularei a minha arte,
Mais do que modelo,
Serás obra-prima,
Nossa Genialidade,
Arte do
Futuro do
Presente do
Futuro!
Do porvir,
Mão na mão,
Riso indiscreto,
Em fundo, a onda de Okusai
Cavalga o monte Fuji,
Abraço-te num beijo
Sagrado e oriental
Resvalando na humidade
Que nos envolve
Num solene “Arigato”...
(Publicado originalmente na minha página de
Instagram)
Imagem do A.
Etiquetas: Afectos longínquos, menino em fundo brilhante
domingo, 4 de maio de 2025
Kó s
Só,
Só a minha sombra me acompanha,
Num quarto vago,
Só,
É nesse quarto vago
Que me deito, esperando-te
Só
E sei que quando chegares
Me levarás gostosamente
Só
E apenas nos teus braços,
Sorte, me farás afortunado,
Só,
Jamais.
(Foto do A.)
Etiquetas: a fuga e a partilha, aprumo, aqui, flor de giz, pas-de-deux
domingo, 6 de abril de 2025
KSeja
Seja Deus um atalho,
E deus um outro,
Dá-lhe a mão,
Não O deixes,
Resvale o teu pé,
Firas teu corpo e/ou
Alma,
Banhada pelo sol,
Fustigada pela chuva,
Simplesmente
Agarra na Sua mão.
Se não entendes
A chuva,
Ou a tempestade,
Sequer o raio de sol,
Por que desejas
Decifrá-Lo,
A Ele que só te ama
Através de carreiros
Em que a Sabedoria
E o Sorriso
E a Alegria
Abundam.
Etiquetas: Afectos longínquos, Bojador/Mensagem? Busca, caminho/obscuros tempos, caminhos do vento, menino em fundo brilhante
sexta-feira, 21 de março de 2025
KA cântaros
Chegou a Primavera.
O céu debruçou-se
em baldes de água,
o solo encharcou-se,
barro líquido tropeçando
aos nossos pés deslizantes.
As árvores abateram-se
em carreira de tiro
nos braços do vento.
A ventania deixou o povo
estupefacto, maldizente
da Primavera que turvou
uma terra, antes seca
sedenta de Inverno.
Etiquetas: Afectos longínquos, águas ardentes, destruição, vento do Inferno
quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025
KSapiens (?)
Se buscas algo,
se tuas mãos
descortinam caminhos,
atalhos até,
deixa cair tua angústia,
teu vislumbrar do amanhã.
Nada há para além
do calendário,
vira a página,
desliza o botão
digital
e nada acontece,
o Universo nada deixa acontecer,
somos átomos do não-acontecer,
espíritos alcalinos
de presenças silentes.
O sol nasce e põe-se
na quietude dos heróis dissipados,
somos uma Terra em que só se dá notícias
deste Sapiens,
envergonho-me de ser deste caudal
de desastre e impropérios;
talvez sejamos esquecimento num futuro próximo;
talvez quem nos visite se interrogue
acerca duma raça catastrófica
que, sabiamente, soube destruir tudo
e a si própria enquanto palrava sabiamente:
- de democracia
- de não repetir erros da história
- de direitos (?) humanos
- de ecologia
e doutros mísseis altamente destrutivos.
Sinceramente, nunca entenderei a tradução
“Homo Sapiens” para português…
Etiquetas: a alma, a fuga e a partilha, abris, ainda voamos?, amoras de atalho
"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."
-
Naguib Mahfouz, romancista egípcio, na mensagem que enviou, em 1988, à Academia Real Sueca a agradecer o Prémio Nobel da Literatura, o único a ser atribuído até à data, a um escritor árabe
(cit. em "Dicionário do Islão", Margarida Lopes, ed. Notícias)