sexta-feira, 24 de janeiro de 2014
Kquinta-feira, 16 de janeiro de 2014
Kretrato a leste
encantada,
pela janela do nascente.
Entoavas
uma canção,
quase sopro,
assim,
sentada,
lembravas a menina
que todos sabemos,
porque já vimos,
algures.
Então,
baixaste o sorriso,
estendeste a mão,
colada ainda à perna
estendida,
e devolveste uma folha,
papel
em que estas palavras
se derramavam
no leito da esperança,
desse quadro
que o oriente
me traçava,
no vão de uma janela...
("Vê o puro,
deixa os teu olhos límpidos,
será a madrugada
a companheira dos teus dias."
Fala de Platão a Aristóteles,
discípulo sensato)
(fonte da imagem:
http://www.pinterest.com/shamrokk/photo-ideas/)
Etiquetas: acolhedor, Afectos longínquos
quarta-feira, 15 de janeiro de 2014
Kavanços vs. recuos
Na tarde em que fitaste com o teu olhar moroso
Que me balançava como cavalo de pau. Nunca tive tempo para te dizer
O quanto silenciaste a mágoa de ficar mirando o horizonte, as fragas, os céus de Verão
Os regatos,
Os meus olhos;
O tédio que me invadia, afago gélido
Como uma nuvem alta...
Em riacho...
Sonhei que eras uma sombra benvinda, um astro suplicante na voracidade dos lençóis, noite fora;
Os teu (a)braços folheavam-me os sentidos, dardejavam-me as têmporas;
As mãos suadas, quase lilases, esfregavam-se em silêncio;
As palavras avançando temerárias,
Recuando tanto...
Hoje um grito soluçou-me a garganta:
"LIBERTAD O MUERTE!"
Outro ainda:
"HASTA LA VICTORIA! SIEMPRE"
E assim fiquei...
(foto: Caramulo muito antes do Holocausto
de Agosto-Setembro/2013;
foto do autor obtida com telemóvel)
Etiquetas: escrever a vida
segunda-feira, 6 de janeiro de 2014
KPalíndromo
em tão pouco se apaga,
na versão diurna,
longe do sonho.
É nesse verbo,
na sua carne,
que desliza a voz,
em jeito trémulo,
fugaz.
Rir, o breve verbo rir,
aponta na justa medida,
no "stritu senso"
de uma alegria
que se quer.
Perdem-se no tempo
todas os jogos de guerra
que bordejam as almas.
Rir, o breve verbo rir,
ainda alenta
o marulhar da ternura,
o resto de paz
que se quer diário.
Rir, o breve verbo rir...
("Sempre que sorrires,
Deus dá-te a iluminação que precisares.
Nunca percas o verbo rir:
será teu companheiro
nos caminhos que escolheres."
Fala de Agostinho de Hipona
a seu amigo Lucius)
(Fonte da imagem:
Vista do
Panteão Nacional,
foto do autor
obtida com telemóvel)
Etiquetas: apenas, caminho, diferença, divertimento
"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."
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Naguib Mahfouz, romancista egípcio, na mensagem que enviou, em 1988, à Academia Real Sueca a agradecer o Prémio Nobel da Literatura, o único a ser atribuído até à data, a um escritor árabe
(cit. em "Dicionário do Islão", Margarida Lopes, ed. Notícias)