Dizer um poema é orar; todos os poetas são abençoados por Deus. (adapt. de Rosa Lobato de Faria)
segunda-feira, 6 de janeiro de 2014
K
Palíndromo
Rir, o breve verbo rir, em tão pouco se apaga, na versão diurna, longe do sonho. É nesse verbo, na sua carne, que desliza a voz, em jeito trémulo, fugaz. Rir, o breve verbo rir, aponta na justa medida, no "stritu senso" de uma alegria que se quer. Perdem-se no tempo todas os jogos de guerra que bordejam as almas. Rir, o breve verbo rir, ainda alenta o marulhar da ternura, o resto de paz que se quer diário. Rir, o breve verbo rir...
("Sempre que sorrires, Deus dá-te a iluminação que precisares. Nunca percas o verbo rir: será teu companheiro nos caminhos que escolheres." Fala de Agostinho de Hipona a seu amigo Lucius) (Fonte da imagem: Vista do Panteão Nacional, foto do autor obtida com telemóvel)
"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."
Naguib Mahfouz, romancista egípcio, na mensagem que enviou, em 1988, à Academia Real Sueca a agradecer o Prémio Nobel da Literatura, o único a ser atribuído até à data, a um escritor árabe
(cit. em "Dicionário do Islão", Margarida Lopes, ed. Notícias)
1 Comentários:
"ainda alenta
o marulhar da ternura,
o resto de paz
que se quer diário."
e está dito...
abraço
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