sexta-feira, 2 de setembro de 2022

K

Paleta em mosaico azul

 


Emoldurei-te,
encaixilhei-te,
dirigi a luz orientada,
o poente manteve
um sorriso pálido,
abastardado,
fluente no seu cinismo.
Uma paleta de azuis
disfarçava
os sarcasmos
com que o poente brindava
aquele quadro,
mosaico fluido,
escorregando preguiçoso,
nova parte no Tejo,
gradações suaves,
amálgamas virtuosas
de um Concerto em Ré Maior,
Carlos Seixas, Major Opus…

(foto do autor)

(publicação original na minha página do Instagram: https://www.instagram.com)



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segunda-feira, 20 de novembro de 2017

K

escrevo

Resultado de imagem para office by the forest
E um dia este será o meu escritório 
(de scribo: escrever),
abrindo-se sobre a floresta, 
num sorriso ao vento,
à luz,
aos galhos partindo-se;
e então
não me poderei desculpar
com estas palavras
de que abuso.
O ar, a luz, os galhos
varrerão os meus textos,
e nem o gélido torpor
os atingirá.
Sobrará apenas
o meu
hipotético talento
somente.

(fonte da imagem: https://cdn.trendir.com/wp-content/uploads/old/trends/assets_c/2015/03/glass-book-nook-in-forest-thumb-970xauto-52352.jpg)

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terça-feira, 28 de setembro de 2010

K

(des)crever

Remiro-me ao espelho do que escrevo:
cada palavra, cada respiração, cada suspiro,
eu trato com tesoura de poda, cinzel delicado;
busco o signo, a semente, o sentido,
no sortilégio de uma ténue inquirição.

Sou o meu destino,
todos os alfabetos se me subjugam,
vagos, quase frugais;
releio-me na cobiça da excelência;
espero-te no descarregar de cada página...
(fonte da imagem:
http://www.techfemina.com)

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sábado, 19 de junho de 2010

K

queda III

Tens a virtude da queda,
a vertigem;
sabes os caminhos,
resvalas pelo mais baldio,
sempre;
tens nas mãos inscrito
o germe da catástrofe,
do terror...
(...)
traças,
os trilhos da vida,
tão só;
quem entende?








(fonte da imagem:
http://eubruxadeblair.spaces.live.com/,
Marc Chagall: "A queda de Ícaro")

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domingo, 19 de julho de 2009

K

descrição

Uma velha lá fora,
ri desbragada,
vinho na mão,
os dentes vazios,
os olhos mortiços.
O seu riso
tão desdentado,
tão louco,
lembra canções de marujos,
entre cordames,
salpicos,
abraços…
Mas a velha está só.
Olho-a pela janela,
um rir demente,
desafio aos homens,
a Deus,
ao mundo todo.

Nos seus andrajos
toda se veste de cor,
num luto mais tolo
do que o pacote de vinho
que segura como um triunfo,
esquecido,
entre caixotes,
arrumadores,
no meio do aparato,
dos faustos,
das régias sobras,
que deslizam,
sob nós;
secretas esperanças
de mágoas em silêncio.




(imagem retirada da net)

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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

Iniciativa Legislativa de Cidadãos contra o Acordo Ortográfico. Leia, assine e divulgue! Sopro Divino

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