Dizer um poema é orar; todos os poetas são abençoados por Deus. (adapt. de Rosa Lobato de Faria)
terça-feira, 29 de julho de 2008
K
Passos
meus passos escorrem no esquecimento; a casa, lenta, valseia, muros acima. Vejo as palavras tão despidas: lufadas de azul, em laranja desmaiado. Há sentido no que dizes, nas tuas imagens; há sons trotantes, há miragens. Verbos sonantes, a areia húmida de passos despidos, de memórias vagas, com cinza em fundo.
Pray may your walk light my sunset may I be in your small pocket in your nest so that all sunsets sunrises and so may fill the upper end that lies in me
"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."
Naguib Mahfouz, romancista egípcio, na mensagem que enviou, em 1988, à Academia Real Sueca a agradecer o Prémio Nobel da Literatura, o único a ser atribuído até à data, a um escritor árabe
(cit. em "Dicionário do Islão", Margarida Lopes, ed. Notícias)