segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

K

Outono

Só mesmo um louco
içaria as velas da alegria,
as torrentes frescas do amor;
só mesmo um louco
iria à procura dos ventos
que trazem os teus olhos;
só mesmo um louco
escreveria o teu riso
e arquivá-lo-ia
entre as poeiras,
os dísticos quentes
deste vagaroso Outono. 
(fonte da imagem:
http://www.alaska-in-pictures.com)

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terça-feira, 23 de novembro de 2010

K

triunfo

Já soava a madrugada,
entre suspiros é certo,
e tudo era uma imensidade de gotas
esvaindo-se sobre a campa
dos esquecidos;
a paz fora breve,
entre suspiros é certo,
num alvorecer confiante,
tão puro no seu rir;
então acreditou-se:
houve mesas de alegria,
campanários refulgentes,
pinotes, risadas,
entre suspiros é certo,
mas numa crença;
fugiram, então, os caminhos,
já nada era de ninguém:
as braçadas de pão,
as toalhas da fé e do conduto
voaram pró esconjuro,
mas,
entre suspiros é certo,
haverá Um 

(um só)

que, empunhando a madrugada,
e o furor do tempo e do riso,
nos trará de volta
as mesas de alegria,
os campanários refulgentes,
os pinotes, as risadas,
as braçadas de pão
e as toalhas da fé e do conduto!

(fonte da imagem:

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sábado, 14 de agosto de 2010

K

on?

E então fartaram-se dos punhos,
e das armas mortas,
e dos gritos despegados,
e dos corpos repelindo-se;
fartaram-se do sangue à mesa,
e da imprecação lívida,
e do punho em falso,
e do grito false(t)ado;

Simultâneos:
o gesto e o off
(sem voz)
(fonte da imagem:
http://www.chrisbarrios.com/)

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quinta-feira, 17 de julho de 2008

K

po(ente)

Límpido e arqueado,
gelou a minha passagem.

Assim,

sem cântico,

sem ponte, rarefeito.

O tempo o deixou,

a espera dolente,

do quase Agosto;

e o vão,

a abóboda insolente,

a catedral estática,

em pedra esfacelada,

(Salamanca esvaiu-se em areia, lembras-te?).

O medo,

o rigor torvo.

Águas esquecidas,

imóveis,

arco em ogiva perfeita,

gótico em bruma,

memória

em lugar nenhum...
(a partir dum poema de Nucha)
(Fotografia de J.N.)

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quinta-feira, 29 de maio de 2008

K

fluidez em dó menor


Flui o olhar,
o som,
a altercação.
Flui em sentido,
em pária névoa,
em gaveta;
aberto,
num súbito desdobrar
de umas asas altaneiras;
daquele voo
(esquecido)
na fluidez do raio.
Ecoam cravos,
percussões latentes também,
o ribombar das cordas,
o fluir do olhar,
da vista encantada.
Drapejam velas,
asas,
na fila desaustinada
daquele sopro,
em que nada se queda,
na queda dos olhos,
naquela altercação sonante...


(em 26/05/08, 19H40, estação do metro Cidade Universitária)

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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

Iniciativa Legislativa de Cidadãos contra o Acordo Ortográfico. Leia, assine e divulgue! Sopro Divino

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