Dizer um poema é orar; todos os poetas são abençoados por Deus. (adapt. de Rosa Lobato de Faria)
segunda-feira, 19 de julho de 2010
K
queda VI
Mantenho os braços cruzados,fechados sob a cabeça, mergulhados nos olhos desviantes, na cegueira de desmentidos {acerca}... cercando o juízo, a dor do real, espremida, gotejando silêncios...
[.... lá vai o maluco...] [... eco, eco, eco...] [... de escuridão feito!] [.... lá vai o demente...].
(...)
Talvez volte a casa, e poisados os arreios da fantasia, calcorreie sonâmbulo, novos caminhos de Sol e Lua!
(fonte da imagem: www.abcgallery.com, van Gogh, "Semeador com sol poente")
"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."
Naguib Mahfouz, romancista egípcio, na mensagem que enviou, em 1988, à Academia Real Sueca a agradecer o Prémio Nobel da Literatura, o único a ser atribuído até à data, a um escritor árabe
(cit. em "Dicionário do Islão", Margarida Lopes, ed. Notícias)
1 Comentários:
Gotejar silêncios para nos dar um poema que faz lume no degrau das palavras, ardendo de sílaba em sílaba...
Um beijo.
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