quarta-feira, 28 de agosto de 2013

K

jogo de luas



Foi quando te vitrificaste
que me detive.
Paralisada,
entre os fetos,
naquele jardim de Inverno
que proclamavas teu.
Eras silicatos
que ardiam,
crepitavam
na noite
que se queria silenciosa,
mas cuja Lua
se esmerava nas marés
quase rompantes.
Brilhavas como nunca,
teus ombros oscilavam:
eram esmeraldas, eram opalas...
Havias estacado num triunfo de beleza,
num instante gelado,
tudo se decrepitaria a partir daí;
nunca te quereria ver anos depois,
serias, assim,
a juvenil, magnífica,
Vénus 
sem Botticelli,
seria assim que me perderia,
numa gazua 
expectante,
sem nada forçar,
a não ser a corrida da espera.
Nem ficaste indecifrável,
flor viçosa e corrente.
Apenas estatuária,
flor de sal,
nesse teu jardim de Inverno...

(fonte da imagem:

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domingo, 3 de junho de 2012

K

abraço


... e é no abraço do Sol,
na quietude morosa
dos seus raios
que me deixo banhar
por infinitas tristezas,
por um largo contentamento,
entre vagas marés de alento,
entre fragas e rudezas.


(fonte da imagem:
http://freerandomwallpapers.com)

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terça-feira, 9 de novembro de 2010

K

passagem

Aceito o passo,
a calma planura;
o adormecer das folhas,
o deslizar, cambaleando,
na virtude de um Outono 
tímido;
a cacimba que não cai,
as estrofes que, suaves,
não emergem;
os troncos, pintados de musgo,
os líquenes,
levam os ramos,
os silvos quebrados
entre os ramos;
há, ainda, trilhos amenos,
mimos feitos de rendições,
tão langorosos
que este andamento aceite,
(de modo tácito),
vai colorindo a simples,
a clara mescla
dos farrapos de um Inverno
ainda sonhado, num rito*
*[de passagem]






(fonte da imagem:
http://samuel-cantigueiro.blogspot.com)

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domingo, 5 de julho de 2009

K

(...aspereza)

Era o obscuro dia,
parindo a fosca noite;
devassas crónicas
duma luz fugidia,
anoitecendo-se
nas frugais marés

de um Verão acre.


(imagem retirada da net)

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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

Iniciativa Legislativa de Cidadãos contra o Acordo Ortográfico. Leia, assine e divulgue! Sopro Divino

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