sexta-feira, 16 de março de 2018

K

vida

E é no coração do vento,
nessas tuas mãos,
que o corpo se esvai,
numa rendição precoce,
desabotoando o meu sorriso;
é, pois, um jugo, uma quase
vitória,
um quase caminho
de retaguarda,
e é da varanda
que passo os olhos 
pela estrada,
num semi agreste 
sorriso,
alfa e ómega
duma vida
que se quer mulher.

(foto do autor 
obtida com telemóvel)

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segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

K

Marrocos



















Nas traseiras
de minha casa
há um cigano,
a quem, à noite,
por vezes,
o vinho ataca
(fantasio-o
encostado
a um candeeiro);
então grita e
uiva e 
trina,
e a sua voz trepa e
eleva-se e
a noite estremece;
lembro um Marrocos desconhecido,
uma noite cálida e
ao longe,
o Muezim 
chama para a oração,
e grita,
e trina,
e a sua voz trepa e
eleva-se e

a noite estremece; e
o meu cigano vizinho,
sem o saber,
transporta Marrocos
para debaixo da
minha janela,
numa memória ausente
porque de Marrocos
apenas conheço a mesquita
de Lisboa!

(foto do autor obtida com telemóvel)


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sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

K

transcrição (...)


"Sou a gaivota

que derrota

todo o mar tempo no mar alto

eu sou o homem que transporta

a maré povo em sobressalto"

(José Carlos Ary dos Santos in As letras das canções)


Trepei ao poente,
trouxe o meu povo.
Êxodo letárgico,
a busca do sorriso.
Lentas,
gaivotas deslizantes,
em rotas de golfinho.
Inquieto, aquele povo-gente,
mirava um susto de mar irado.
Lobriguei caminhos,
atalhos de fuga.
Alguém quis ciciar uma oração;
o tempo fora longo, dorido,
assim a prece.
Longe, a fúria dos donos das vidas.
Agora, podíamos estacar ali pra sempre.
Mas a revolta fora nossa,
partiríamos menos amarrados,
mais nós!
Assim seria,
entre vagas,
entre medos,
entre tanto!!
(foto extraída da net)

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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

Iniciativa Legislativa de Cidadãos contra o Acordo Ortográfico. Leia, assine e divulgue! Sopro Divino

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