sábado, 29 de julho de 2017

K

queda XXV

Resultado de imagem para vieira da silva
Olhei o horizonte,
esqueceu-me.
Os caminhos
inclinados,
os veios de ouro,
perdiam-se 
mar adentro.
Nada parecia nada.
Os antigos gestos,
os já sepultados valores,
as éticas limitantes
e libertadoras,
tudo se fora
com o horizonte 
que me subtraíra.

Agora,
apenas
uma partícula de água,
um grão de sol e outro de ar.
Nada mais.

(fonte da imagem:
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlWW3DLFrKPFpD31S1-kRIhvyoUqyadK7JksUoTuzdYHexWO2lvqJa1fr6dMcK70L6A8p5oHK7xnq9KOGBSGHCXVaLoM4WQxTkMfPPBXAkPfEyxGxBvPCdQgtu8k_sSMlOfT5C/s1600/untitled-1952.jpg 
pintura de Maria Helena Vieira da Silva)

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domingo, 18 de janeiro de 2009

K

algoritmos de vida...

Esqueci o sonho,
ele esqueceu-me:
deambulei, olhos lívidos
de espanto,
pela maré fria da saudade.
Fui só,
medi meus passos,
visei madrugadas,
que só caminhos de longe
me trariam.
Vi sóis nascendo,
em horizontes casuais;
ocasos perdidos,
entre rochas dispersas.
O sono sem sonhos
afastava-me da aragem,
do corpo.
Misteriosa Lua
que, gentil,
me depositou
na Estrada de Santiago...

(imagem retirada da net)

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quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

K

Para lá...

Sentou-se no lusco-fusco

entre duas pedras de maresia.

Um vento de além-vida

cobria-lhe gentilmente

os cabelos de sal.

Sentara-se ali

havia minutos;

trezentos e noventa anos antes,

uma memória vislumbrara

a nesga do porvir duma nação,

aquilo que a salvaria

de si mesma.

Um rei, um príncipe, um povo,

"uma Fé, um Império".

Sobrara o sonho, os cabelos salinos.

Um vento carregado de naus

enchia-lhe os pulmões

e o sentir,

de uma História

que lhe era tão hereditária

como a cor dos cabelos de sal.

Uma Nação fora para lá de Alexandre,

no seu regresso trouxera o esquecimento...

a que nem Alexandre fora votado.


"Malhas que o Império tece..."
(imagem retirada da net)


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quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

K

regresso/ida





...de regresso a um ponto,

sem coragem;

um amargor desperto,

que nem reacendeu,

sequer,

memórias agonizantes.

Caminhou,

deixando traços no pó.

Afastava-se aquela figura adelgaçada,

partindo sem a ousadia

(do regresso).

Sim, o arrebatado

(algures)

já não reacende.

As amendoeiras, essas,

carregavam a sombrados seus passos,

um ponto entre bagos de pó,

afunilado por um Sol baço

quase esquecido...


(inspirado num poema de moriana)


(imagem retirada da net)

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sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

K

harmonia mundii

(...) em curvilínea lassidão.
Achega-se a ti.

Não há temor,

sorris ao seu riso,

dois, três alvos momentos,

abraças-te em pureza,

em quase inocência.

Tuas vestes alvas

levam-nas a brisa

de um mar que escorre perto de ti.

Regressam ao riso,

à prisão do olhar.

Reflectes-te, já tarde,

na maldição dum anjo, tornado negro,

por cintilarem teus olhos...
(baseado num poema de moriana)

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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

Iniciativa Legislativa de Cidadãos contra o Acordo Ortográfico. Leia, assine e divulgue! Sopro Divino

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