vertical
É nessa verticalidade, nesse chão que te foge que apontas ao alto que os ramos exigem mais. Ganhas aos prédios,
o Sol clama por ti
dia após dia,
até as tuas raízes são céu;
apontas sempre tão alto,
ambicionas o véu do templo
erecção madura essa,
atalhas Lua, Marte, Júpiter,
nem voltas, nesse teu ar
de delfim, Roi-Soleil,
com um semi-sorriso
domesticas uma corte,
um núncio apostólico,
um inexistente primeiro-ministro...
Que é feito de ti, cipreste?
Que de tanto cresceres,
foste parar à Corte de Versalhes,
podada duas gerações mais tarde?
(foto do autor)
Etiquetas: a fuga e a partilha, Afectos longínquos, já foi dito também