Dizer um poema é orar; todos os poetas são abençoados por Deus. (adapt. de Rosa Lobato de Faria)
sexta-feira, 4 de março de 2011
K
grande
É na brusca inquietação que os meus olhos presos procuram as praias marejadas pelos prantos que lá deixaste. Ansiosas, as minhas mãos vogam pelo espaço que lhes tolero, buscam as velas içadas, os mastros da partida. As latitudes marcam o meu tempo, sou mestre e escravo de uma bússola louca, cinjo as minhas mãos, encosto os cotovelos. À parte, o tropel dos sonhos, o cerrar das portas, vislumbram os céus carregados de espumas. Já provaste a certeza das coordenadas, das emoções condenadas? Já enrugaste os teus pensamentos, lavrados entre lençóis de devaneio? Marca o teu caminho, alinhava os teus passos e foge da sujeição, ganha os céus e cavalga as nuvens, o teu destino é muito mais do que os astros!
(fonte da imagem: http://www.silentmotionyoga.com/)
"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."
Naguib Mahfouz, romancista egípcio, na mensagem que enviou, em 1988, à Academia Real Sueca a agradecer o Prémio Nobel da Literatura, o único a ser atribuído até à data, a um escritor árabe
(cit. em "Dicionário do Islão", Margarida Lopes, ed. Notícias)
0 Comentários:
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial