sábado, 9 de fevereiro de 2019
Kquarta-feira, 6 de fevereiro de 2019
KDavid e Urias
que a terra dispensava.
Eram os tempos do solstício,
das noites magníficas,
obscuras como as palavras
que nem soletravas,
monólogos transgéneros
que mantinhas com a Lua Nova.
Não esperes pelas horas da manhã
ou pelo sorriso presunçoso dos pássaros.
Agarra os instantes
como se fossem os frutos
da Árvore da Ciência
do Bem e do Mal;
e, então,
a terra generosa
como David
para com Urias,
te trará fogo,
e traição,
e morte
e tu finalmente repousarás
a cabeça
naquele orvalho
que bebias
no inicio deste poema...
Etiquetas: divertimento, esquecimento
"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."
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Naguib Mahfouz, romancista egípcio, na mensagem que enviou, em 1988, à Academia Real Sueca a agradecer o Prémio Nobel da Literatura, o único a ser atribuído até à data, a um escritor árabe
(cit. em "Dicionário do Islão", Margarida Lopes, ed. Notícias)