sexta-feira, 23 de novembro de 2007
Kquinta-feira, 22 de novembro de 2007
KO sonho da morte
no fim de qualquer atalho,
a morte espera-nos.
Atávica, serena da certeza,
sempre sedutora,
o não-ser que nos atrai,
num voo letal
e desejado
pelas colinas do tempo.
Ficam longe
os vagidos da primeva vida,
as alegrias
das idades de ouro.
Por entre as paredes,
esconças,
algures nas veredas,
abandonamo-nos,
ao fascínio
do último voo...
terça-feira, 20 de novembro de 2007
KUm sonho
reter a vida,
agarrar-me a mim,
na sombra de um suspiro.
Não há roteiros,
entrelaço-me nas urzes
do tempo;
não sigo caminho,
nem trilho;
tropeço ofegante
num sonho de outro;
apenas deslizam
em fogos fátuos
de orvalho e hera;
imóvel, abraço um vento antigo,
arfando cores
e brilhantes de mil e novecentos...
quarta-feira, 14 de novembro de 2007
KEntre rochas
sexta-feira, 2 de novembro de 2007
K(tempo...)
"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."
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Naguib Mahfouz, romancista egípcio, na mensagem que enviou, em 1988, à Academia Real Sueca a agradecer o Prémio Nobel da Literatura, o único a ser atribuído até à data, a um escritor árabe
(cit. em "Dicionário do Islão", Margarida Lopes, ed. Notícias)