domingo, 29 de abril de 2007
Ksexta-feira, 27 de abril de 2007
Kvinte e cinco do quatro de setenta e quatro
sábado, 14 de abril de 2007
KEspaço ponto Tempo
renova-se o sabor de si mesmo
quando se lança com fragor,
ruído, alfa e ómega,
sobre o espaço
que se vai encurvando,
os limites cada vez menores,
quási lineares.
O tempo
esgrime com elegância,
a sua curvatura,
avançando sempre, sempre,
apenas se renovando na minha dádiva.
Corazón partio
mas a tristeza ficou tinta
de teu sangue;
não ficaram lavados, quanto mais limpos;
cego fiquei
sob a aurora viva.
Feliz,
caí de borco,
mãos agarrando as pedras,
pés empurrando-as...
nem me levantava,
porque não se pode atirar o coração
à queima-roupa...
sexta-feira, 13 de abril de 2007
KCoração
mas a tristeza ficou tinta
de teu sangue;
não ficaram lavados,
quanto mais limpos;
cego fiquei
soba a aurora viva,
feliz,
caí de borco,
mãos agarrando as pedras,
pés empurrando-as...
nem me levantava,
porque não se pode atirar o coração
à queima-roupa...
terça-feira, 10 de abril de 2007
K...
diferentes ambas.
Espiralam-se num fio
que as segura
e ameaça....
No limite do ser,
as águas do início
primordial,
trazem uma vida a cada mão,
para que a candura e a ameaça
caminhem lado a lado...
domingo, 1 de abril de 2007
KVazios
Memórias foram-se apagando: fotos rasgadas que os pés teimosamente repisaram, músicas distorcidas em memórias magnéticas, instantâneos de pensamentos sendo conquistadas pela negritude do nada.
As conversas morreram desde a última letra. Talvez nem tenha tido a força de seguir um derradeiro gesto.
Só relembro Santo Agostinho, último livro ainda comprado contigo. Talvez o seu saber tenha inspirado a partida.
Talvez seja apenas esse nome a corda que restou, presa a um cais de memórias vazias.
(...)
Bastam-me o silêncio do eco e o cais de memórias vazias...
"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."
-
Naguib Mahfouz, romancista egípcio, na mensagem que enviou, em 1988, à Academia Real Sueca a agradecer o Prémio Nobel da Literatura, o único a ser atribuído até à data, a um escritor árabe
(cit. em "Dicionário do Islão", Margarida Lopes, ed. Notícias)