Silêncio. Era esse o vagar, o marulho das ondas, era essa posse que trazia no meu p U N H O e, no reflexo de um vento triste, c. A. M. I. N. H. E. I. para os teus cabelos que juntavam vagas às marés. Estendi-me sobre o tempo e, na sofreguidão, no canto voraz, subornei os teus olhos para ver o amanhã e as tuas mãos sobre as minhas.
"Que a tua ansiedade seja apenas a energia para o teu caminho. Celebra os olhos, as mãos, toda, aquela que te for dada como companheira do amanhã. Sê puro e não desdenhes a humildade." Fala de Hepátia a Anatólio, bibliotecário e viajante
"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."
Naguib Mahfouz, romancista egípcio, na mensagem que enviou, em 1988, à Academia Real Sueca a agradecer o Prémio Nobel da Literatura, o único a ser atribuído até à data, a um escritor árabe
(cit. em "Dicionário do Islão", Margarida Lopes, ed. Notícias)