Dizer um poema é orar; todos os poetas são abençoados por Deus. (adapt. de Rosa Lobato de Faria)
quinta-feira, 27 de março de 2014
K
homenagem/rito de passagem
A tristeza vai cerrando-me os olhos. É um olhar adiante, um mirar atrás, um sopro esquecido... é uma moleza parada, preguiçosa, uma cortina que me abraça a nuca. Um vago estertor - chamam-lhe soluço - trepa, em "rappel" invertido, até à minha garganta.
A genética explica essa união, tal como o ponto e o alto de um cante alentejano, assim caminha uma família, nas pausas de uma moda, diminuindo, diminuindo diminuindo sempre, até ao fim. (fonte da imagem: http://da.ambaal.pt/)
"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."
Naguib Mahfouz, romancista egípcio, na mensagem que enviou, em 1988, à Academia Real Sueca a agradecer o Prémio Nobel da Literatura, o único a ser atribuído até à data, a um escritor árabe
(cit. em "Dicionário do Islão", Margarida Lopes, ed. Notícias)