Hoje queria dormir queria enroscar-me no meu sono,
a boca fechada, os olhos semi-cerrados na minha própria loucura.
Queria fechar os braços,
enclavinhar as mãos.
Amanhã queria acordar, a boca ainda fechada,
o meu silêncio o meu porta-voz,
o meu pisa-passados.
Ver.
Apenas.
O ruído do silêncio afoitando-se por mim acima.
Nada mais.
Só então terei descoberto que a palavra é rica na sua parcimónia,
e que a brisa da morte não é susto, não é gelo.
("Guarda-te,
sê puro;
quando a depressão chegar,
não a abraces,
não a expulses;
ela acabará por fugir,
ante a tua autenticidade.
Entretanto,
vive,
não existas!"
Fala de Platão a Élido,
discípulo dilecto)
(fonte da imagem: n/a)
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