Dizer um poema é orar; todos os poetas são abençoados por Deus. (adapt. de Rosa Lobato de Faria)
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
K
come out, come out wherever you are
O medo possui-me. Sabe-me. Na minha almofada, ele escorre-se tão lesto, que temo a sua partida. Brilha-me os olhos no escuro, mostra os dentes quando acordo. Fico inseguro, laivos em pernas trementes. Canto-lhe "lullabies", sonda-me em jeito de quase fim. Onde pára a sua alegria vampírica? O seu jeito de borboleta? Caminho longe, passos quase firmes, segue-me um Frodo bamboleante...
"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."
Naguib Mahfouz, romancista egípcio, na mensagem que enviou, em 1988, à Academia Real Sueca a agradecer o Prémio Nobel da Literatura, o único a ser atribuído até à data, a um escritor árabe
(cit. em "Dicionário do Islão", Margarida Lopes, ed. Notícias)
4 Comentários:
Medo da morte ou da vida? Gostei do poema e do "Grito"
Um abraço.
O medo não tem fronteiras morte/vida. Também sempre gostei muito do "Grito", exprime quase tudo.
Apareça!
Um abraço
um dia descobrimos que o medo é a defesa que construimos para a ânsia de nos darmos....
bj.
Sim, concordo. Mas quem se dá muito pouco será o mais valente? ;)
bj
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial