terça-feira, 30 de novembro de 2010

K

queda XIII

Do meu punho não escorrem palavras,
secou-se-me o pranto,
a vingança que se esbate na noite.
Busco o texto,
a afirmação;
apenas letras de jornais,
efémeras,
embrulham-me os gestos secos,
glaciais.
Caminho numa busca insana,
em trejeitos disformes,
sei que a minha sombra já nem me acossa.
Procuro o destilado impuro,
longe, muito longe,
de um qualquer ponto de ebulição,
a ciência das letras desvaneceu-se
num suspiro ázimo.
Não há qualquer demanda,
nem o sorriso da cínica esperança,
nem uma palmada nas costas,
amontoado de uma vaidade balofa.

Os meus passos seguem os caminhos da chuva,
de ventos que, na esperança da descoberta,
me agarrem e me deixem
no universo, no limbo
da orgástica frase...
(fonte da imagem:

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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

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