terça-feira, 26 de outubro de 2010

K

queda XII

Uma palavra persigo,
faro em umbigo assente ;
a minha memória
já não regista a gramática,
pois a palavra é poente
entrando pela madrugada;
submerso pelo tempo,
o texto nem busca glossário;

os meus olhos nem sentem
as sobras de tempos vadios;
há frases que buscam os meus dedos,
nada encontram:
encarquilho-me pela fuga do sujeito.

Escrevo,
escrevo o que me ditam os olhos,
cegos da poeira viscosa
que se atravessa pelos corredores do tempo;
as distâncias alteram-se em "vês" de vitória
(ou vitupério);
debruço-me, enfim,
no balcão do devaneio:
o poema cintila,
fresco,
quase vida;
falta ser meu:
em acta lavrada,
papel assinado,
registo, escritura
por meu pulso firmado.
(fonte da imagem:

Etiquetas:

0 Comentários:

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial

"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

Iniciativa Legislativa de Cidadãos contra o Acordo Ortográfico. Leia, assine e divulgue! Sopro Divino

eXTReMe Tracker
online