segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

K

águas

Caem farripas,
musgos,
satura-se o ar
nas fendas do tempo.
Humedeço os lábios
e agarro os líquenes
que me sustêm,
b
 a
  l
    a
     n
   ç
  a
n
d
 o.
Há falésias,
há cavernas
iluminadas,
entre os fetos,
os salgueiros,
os lírios.
Saturo eu e o ar,
a roupa ensopa-se,
esvoaçam memórias,
essas secas,
desejo imberbe
de carícia.
Renuncio ao objecto,
à farra desonesta
que me envolve,
e o retrocesso é caminho,
a vida flui,
já enxuta,
caminho a pé seco de virtudes...

("Lembra-te sempre da
tua juventude,
não a dês por perdida;
tu és todo inteiro,
desde os tempos da
inconsciência."
Fala de Aristóteles a
a Alexandre (o Grande)
antes da jornada)
(fonte da imagem:
http://www.unicamp.br/fea/ortega/eco/fotos.htm)

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3 Comentários:

Blogger Nilson Barcelli disse...

Magnífico poema.
Na forma e no conteúdo.
Gostei muito, como sempre.
Um abraço, caro amigo.

terça-feira, 05 fevereiro, 2013  
Blogger vieira calado disse...

Olá, como está?
Dei por aqui uma volta.
E soube-me bem!

Um abraço!

sexta-feira, 15 fevereiro, 2013  
Blogger Elaine Regina disse...

Você escreve de um jeito interessante, Jaime. Eu me senti agradavelmente perdida, não sei explicar... É que os seus escritos têm um sabor diferente de outros autores que conheço. Mas estou gostando do que estou conhecendo.

Abraços e, mais uma vez, seja bem-vindo.

Só mais uma coisa: por que não desativa essas palavrinhas que aparecem sempre que postamos comentários? É que isso pode "espantar" os leitores que querem comentar seus poemas. Vá em Configurações -> Postagens e comentários -> Mostrar verificação de palavras -> não. (isso se quiser retirá-las, é claro.)

sábado, 23 fevereiro, 2013  

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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

Iniciativa Legislativa de Cidadãos contra o Acordo Ortográfico. Leia, assine e divulgue! Sopro Divino

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