quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

K

queda XVII

; talvez o silêncio fosse a tua hora; talvez já não tivesses mais ancoradouros e te aproximasses das gaivotas, navegador sem estrela; talvez, se te visse hoje, não acreditasse na tua voz, nos teus contos marejados: seria o vazio que me irias passar, nessa tua voz de regato; talvez te faças à vela e, na busca vã das aragens, vás resgatando a dor, a imensidão do claro-escuro, no dorso semi-esférico da noite;

(fonte da imagem:
http://dailyapple.blogspot.com/2010/)

3 Comentários:

Blogger Rafeiro Perfumado disse...

Eu prefiro pensar que esse escuro da noite nos leva a dor, ao invés de a resgatar. Ou então interpretei mal as tuas palavras, o que em mim é bastante possível.

Abraço!

quinta-feira, 19 janeiro, 2012  
Blogger Nilson Barcelli disse...

Passar o vazio a alguém é uma espécie de maldade...
Belíssimo texto, gostei.
Um abraço, caro amigo.

quinta-feira, 19 janeiro, 2012  
Blogger vieira calado disse...

Poesia!

Embora, pela forma, possa não parecer!

Saudações poéticas!

quinta-feira, 26 janeiro, 2012  

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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

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