quarta-feira, 22 de setembro de 2010

K

névoa

Os ténues vestígios,
as ternas aves que te semeiam,
os rastos,
espumas de declives
que ainda reténs,
levam-te à circular demência;
mas essa - nebulosa, bem sabes - aspira-te o colo,
e as ervas, os galhos, os troncos,
já nem espalham horizontes;
sobrar-te-á, talvez,
a prisão,
uma janela à beira-mar,
drapejada de glicínias...
uma espera no riste do vento
que, só ele,
te perdoa as intempéries.
(foto do autor tirada com
telemóvel: farol em
S. Pedro de Moel, Portugal)
(texto publicado em primeiro
lugar no blogue
GPS em que participo)

Etiquetas:

2 Comentários:

Blogger Graça Pires disse...

"uma janela à beira-mar,
drapejada de glicínias...
uma espera no riste do vento
que, só ele, te perdoa as intempéries" Muito belo!
Entrar no poema através do vento e da névoa e saber que tudo , na natureza, é simultaneamente rebelde e dócil...
Gostei do poema, Jaime.
Um beijo.

quarta-feira, 22 setembro, 2010  
Blogger Nilson Barcelli disse...

A tua poesia está cada vez melhor.
Gostei do poema, magnífico.
Abraço.

quarta-feira, 22 setembro, 2010  

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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

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