domingo, 11 de julho de 2010

K

vulcán

Debruçou-se:
as águas verteram lume,
submisso, mais do que ágil;
segmentou a linha do tempo:
cortou o espaço
na dúbia exposição do corpo.
Esfregou o génio
nas sobras vivas
de vagalhões em triunfo:
as paisagens álgidas
carreavam
figuras secas, indecisas
(caixões de eras pálidas);
(...)
ao debruçar-se,
ao verter,
apontou o caminho granítico,
a voz-fúria,
a voz-eco,
a voz-voz,
(por)vir
da (r)evolução

(fonte da imagem:
http://www.panoramio.com/)

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2 Comentários:

Blogger Rafeiro Perfumado disse...

Já fiz duas viagens para tentar ver um vulcão. Só vi nuvens, começo a desconfiar que não existem!

segunda-feira, 12 julho, 2010  
Blogger Graça Pires disse...

Debruçou-se e viu-se subitamente jovem com as imagens e os sons a convergirem com os desejos...
Um belo poema!
Beijos.

segunda-feira, 12 julho, 2010  

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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

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