Dizer um poema é orar; todos os poetas são abençoados por Deus. (adapt. de Rosa Lobato de Faria)
quinta-feira, 12 de dezembro de 2013
K
sopros
Uma flor no crepúsculo, o aroma do sol pôr, as vinhas prenhas, ao longe, a estrada deserta é cortada pela poeira, nuvens esquecendo o porquê; quantas vezes este quadro? talvez com outra paisagem, já extinta, outras envolvências esquecidas... há, no entanto, um mistério, uma gota de paz, serenidade talvez; os caminhos dolentes, as vagas trajectórias erigidas sob ventos puídos pelos enigmas que nos envolvem no abraço da estrada deserta e da sua poeira quase metafísica... (21/11/13, 15H27)
("Quando te deitares ao caminho, faz dos teus olhos amigos da estrada; quem sabe se não verás tempos já esquecidos..." fala de Plutarco a Aristeu, seu discípulo grego) (foto do autor obtida com telemóvel)
"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."
Naguib Mahfouz, romancista egípcio, na mensagem que enviou, em 1988, à Academia Real Sueca a agradecer o Prémio Nobel da Literatura, o único a ser atribuído até à data, a um escritor árabe
(cit. em "Dicionário do Islão", Margarida Lopes, ed. Notícias)
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