Dizer um poema é orar; todos os poetas são abençoados por Deus. (adapt. de Rosa Lobato de Faria)
sexta-feira, 19 de abril de 2013
K
partir...
Faz tempo, há que partir... Saudades... o cheiro a livro velho, o chá quente em vagas de
conforto, volutas agridoces... Sentado na bancada encosto a cara à vidraça turva, as gotas de água em modesto deslizar; o vento cantarolando, as folhas dançam, em doce sintonia com as folhas de chá... Ah! Mas a partida aguarda... E o vento lá fora na vã indecisão dos sábios...
("Na tua partida não apresses a chegada, saboreia a viagem e não detenhas a curiosidade: em todos os teus caminhos encontrarás sabedoria." Fala de Plutarco a Hepatia, sua discípula)
"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."
Naguib Mahfouz, romancista egípcio, na mensagem que enviou, em 1988, à Academia Real Sueca a agradecer o Prémio Nobel da Literatura, o único a ser atribuído até à data, a um escritor árabe
(cit. em "Dicionário do Islão", Margarida Lopes, ed. Notícias)
1 Comentários:
L I N D O
Abraço
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