quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

K

em azul...

Hoje, sento-me no colo do Tempo.
As minhas mãos enroscam-se nas farripas
das suas horas,
encosto-me ao seu peito
tiquetaqueante nos segundos;
deslizo 
e, nessa tranquilidade cadenciada, espraio-me pelos azuis 
que o lacrimejam 
pela sua beleza abaixo.
No colo do Tempo
vislumbro-me no futuro e,
no arrepio,
sinto os passos de algo
que me esperaria, mas que me encontrou saciado.


Então, num jacto imenso,
empurro os segundos, 
suspenso,
até a Paz, a verdadeira Paz, 
me imergir 
num mergulho leitoso, tépido.
(fonte da 1ª imagem:
http://portaldegaia.wordpress.com/)
(2ª imagem:
foto do autor obtida com telemóvel:
"Jardim de silicatos")

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2 Comentários:

Blogger Nilson Barcelli disse...

O controlo do tempo é uma miragem, mas ainda assim vale a pena tentá-lo, pelo menos no plano poético.
Gostei do teu poema.
Abraço.

terça-feira, 28 fevereiro, 2012  
Blogger Lídia Borges disse...

Uma bela metáfora!
O tempo, essa coisa abstrata que nos comanda...



Um beijo

terça-feira, 28 fevereiro, 2012  

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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

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