terça-feira, 26 de janeiro de 2010

K

...

Vagueei na imperfeita orla
de rios entrecortados,
correndo pelas vastas memórias
de outroras esculpidos.
Subi ao poço de encantos,
na beira do restolho do tempo:
nacos de luz espalhavam
suspiros de olhos ocres
em poentes quase sagrados;
onde estariam meus dedos
aninhados nos sons
de pensamentos altivos?
O regresso não tinha prazo
nem demora:
rodeei os ponteiros,
tornei-me paz,
espanto,
até doçura;
nas águas suspensas,
soberbas,
mergulhei o cansaço,
o esvoaçar dos pensamentos (...)











(imagem retirada da net)

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1 Comentários:

Blogger maré disse...

às vezes somos um regresso sem prazo ao espanto da memória.
e à beira das águas, um poente de suspiros na margem do tempo...
onde guardar a boca dos meus dedos
e o esvoaçar dos pensamentos?


_______

um beijo Jaime, de lua

terça-feira, 26 janeiro, 2010  

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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

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