terça-feira, 29 de dezembro de 2009

K

sucessão finita

nada digo:

o tempo assalta-me de pudor
e a minha voz, frágil chicote de vento, é ancoradouro das trevas.
(comentário de maré ao meu poema 'fugas')

arvora-se-me o tempo
pelo silêncio,
o gotejar da memória
corrói-me as têmporas;
liso é o resvalar dos murmúrios,
no soturno vazio
de cascatas,
feridas
na pudica sucessão das horas...

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4 Comentários:

Blogger Paula Raposo disse...

Gosto das tuas inspirações e das tuas fontes...
bom ano novo. Beijos.

terça-feira, 29 dezembro, 2009  
Blogger maré disse...

o tempo
memória e muro
árvore e silêncio.
um silêncio dilatado de veias...

____

cruzamento de um beijo e desejo de fabuloso ano Jaime

terça-feira, 29 dezembro, 2009  
Blogger Graça Pires disse...

O silêncio. O tempo. A pudica sucessão das horas. Tudo neste poema nos diz que é o tempo que faz e desfaz a vida que nos coube.
Beijos e um ano de 2010 melhor.

quarta-feira, 30 dezembro, 2009  
Blogger Martinha disse...

Lindo, lindo, lindo!
Beijinhos e Feliz ano novo!

domingo, 10 janeiro, 2010  

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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

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