Dizer um poema é orar; todos os poetas são abençoados por Deus. (adapt. de Rosa Lobato de Faria)
segunda-feira, 25 de maio de 2009
K
...o lápis
Onde estará o meu lápis? Aquele que me pensava, me traçava as linhas. Fora o tempo dos receios, dos trilhos sem caminho. As emoções bailavam, entre o tudo e o nada.
Nada mais. Ausência. caminhei entre as tubas, violinos, violetas, trompetes, uma orquestra absorta em si menor. Onde estaria o meu lápis? Aquele que delineara com Braque, satirizara com Eça, e me deixara esperançoso de uma arte que me transluz. Agora estou mirando o tecto, o infinito pra lá da janela. O lápis da minha esperança…
"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."
Naguib Mahfouz, romancista egípcio, na mensagem que enviou, em 1988, à Academia Real Sueca a agradecer o Prémio Nobel da Literatura, o único a ser atribuído até à data, a um escritor árabe
(cit. em "Dicionário do Islão", Margarida Lopes, ed. Notícias)
1 Comentários:
O lápis estará onde sempre esteve: dentro de nós à espera que o tomemos na mão e desenhemos palavras lindas! Beijos.
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