segunda-feira, 11 de maio de 2009

K

ouro-luz

(imagem retirada da net)

Endureci a crosta do solo;
salguei o rosto,
o sol empinado,
costas geladas
daquele sangue brutal;
entre as foices de trigo
(ouro faísca, ouro cego)
malham insectos;
vidas resvalam socalcos abaixo,
perdido o vinho,
o pão,
a semente.
Restam duas enxadas,
entre dois passos de horizonte,
resta um homem, uma mulher,
uma volta na eira,
uma ilha de raiva,

[inacabada]

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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

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