segunda-feira, 24 de novembro de 2008

K

Artur

Usei o ferro,

golpeei a fronte,

arrastei o manto;

olhei pra trás;

a minha sombra,

só.

A lança, a espada, o escudo,

o pó os enlaçava,

foi-se a montada,

a demanda,

a procura,o rasto.

Envolvi-me naqueles farrapos,

outrora eu.

Nada onde retomar,

os caminhos haviam, finalmente,

suspendido os traços.



Algures,

entre matas de jasmim,

uma velha coruja abismava os olhos,

numa queda quase lenta,

a busca

quase em dor de ave.




(Fotografia de J.N)

Etiquetas:

4 Comentários:

Blogger moriana disse...

e guinevere?
:)
bj.

terça-feira, 25 novembro, 2008  
Blogger Jaime A. disse...

artur já estaria longe de guinevere; já não teriam caminhos, já não teriam memória.

quarta-feira, 26 novembro, 2008  
Blogger moriana disse...

glastonbury...o cálice...

quarta-feira, 26 novembro, 2008  
Blogger Jaime A. disse...

glastonbury: mãos dadas no gelo do eterno silêncio. O cálice terá partido com o impossível olhar de lancelot?

quarta-feira, 26 novembro, 2008  

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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

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