Dizer um poema é orar; todos os poetas são abençoados por Deus. (adapt. de Rosa Lobato de Faria)
sexta-feira, 8 de junho de 2018
K
divunir
Hoje, soube que separar era unir futuros, que viajar era caminhar para o ocaso com a mochila ao ombro, só. Soube que ao fim do dia seria o meu livro que me esperava, mais nada. Soube que entre fogachos de meio-dia, entre fluidos deslizantes de Outono, pouco mais havia e que o tom de auto-compaixão era interdito. Soube, pois, que os caminhos se desligam na natureza política da traição. Depois, em campanha, no interesse, reganham o tacto da reunião e a traição recua. Agora, digamos, pois, o acto de contrição. (fonte do autor obtida com telemóvel: o chão da minha rua)
"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."
Naguib Mahfouz, romancista egípcio, na mensagem que enviou, em 1988, à Academia Real Sueca a agradecer o Prémio Nobel da Literatura, o único a ser atribuído até à data, a um escritor árabe
(cit. em "Dicionário do Islão", Margarida Lopes, ed. Notícias)
1 Comentários:
Fantástico, inspirador. Parabéns ao autor!
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